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Mil dias pelas Américas: de Sampa a Poços de Caldas
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Fotos: Arquivo pessoal
Ana e Rodrigo no Pico do Gavião, em Andradas, perto de Poços de Caldas (MG).

Por: Ana Biselli e Rodrigo Junqueira

Começamos essa semana ainda em São Paulo, a maior cidade do hemisfério sul do planeta. Se não fosse por problemas como o tráfego infernal ou o ar poluído, poderíamos passar um mês nessa cidade, todos os dias fazendo programas novos e interessantes, sem repetir nenhum. São dezenas e dezenas de opções culturais, como museus, galerias, exposições, teatros e cinemas. Centenas de restaurantes e bares. Dúzias de shoppings, lojas e parques. Enfim, é um mundo em si mesmo que não deve nada à outras metrópoles mundiais.
Nosso último dia por lá foi bem movimentado, passando pela mais nova e super moderna estação de metrô, a Faria Lima e indo de lá para o movimentado centro da cidade, na Praça da República e de lá para o Vale do Anhangabaú e Praça da Sé. Neste caminho, passamos por marcos arquitetônicos da cidade, como o Edifício Copan, com suas curvas típicas de Niemayer, o Viaduto do Chá, com seus pedestres sempre apressados, o Pátio do Colégio, onde essa cidade foi fundada há mais de 450 anos e a Catedral da Sé, uma das maiores do mundo e local de vários eventos históricos.


Catedral da Sé, em São Paulo.

Caminhar pelo centro de São Paulo neste horário, final de tarde, é uma experiência que aguça todos os sentidos. São os mais variados sons, luzes e cheiros no meio daquele movimento que parece nunca parar, milhares de pessoas preocupadas com o ganha pão do dia à dia. Muitas das ruas são exclusivas para pedestres e não precisamos nos preocupar com o trânsito, podendo nos concentrar em coisas mais interessantes como prédios antigos, negociações de compra e venda, aromas de diversas comidas e as faces, preocupadas ou não, dos milhares de transeuntes que se movimentam por ali.


Pátio do Colégio, em São Paulo.

No dia seguinte, cedinho, deixamos a megalópole para trás e seguimos para uma cidade menor. Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais já foi pequena e tranquila, mas hoje é uma pequena metrópole local. Muito procurada por suas águas curativas, teve seus tempos de glória nas décadas de 30 a 50, quando era frequentada pela elite nacional e por companhias artísticas internacionais. Seu cassino era o segundo mais importante do país, atrás apenas o Cassino da Urca, no Rio. Os grandes prédios da cidade, como as Thermas, o Hotel Palace e o Cassino são dessa época gloriosa.
Hoje, o turismo atrai mais gente das classes B e C, o que deixa a cidade movimentada nos feriados. O ar mineiro está em todos os lugares, no sotaque cantado e agradável, no sabor da comida.
Outro atrativo de Poços e região são suas montanhas. A cidade fica na boca de um antigo vulcão e é cercada por picos. Num deles está o Cristo que, de braços abertos, está lá para proteger a cidade. Em outro, na vizinha cidade de Andradas, está uma das mais belas pistas para salto de asa delta e paraglider do país, o Pico do Gavião. A belíssima visão de 360 graus que o pico oferece e o maravilhoso entardecer e pôr-do-sol que acompanhamos de lá tornou o Pico do Gavião, literalmente, o ponto alto da nossa viagem à região.


Pôr-do-sol no Pico do Gavião, em Andradas.

De Poços viemos para uma cidade bem pequena, cerca de 20 mil habitantes, chamada Perdões. Estivemos hospedados na fazenda de primos e a experiência da vida campestre foi muito legal. No auge da frente fria que atingiu o país nesses dias, acordar com o cheiro de café quente e pão de queijo quentinho não poderia ter sido melhor. O sabor da comida mineira feita no fogão à lenha, então, é de lamber os beiços. O toque de exotismo foi dado pelo casal de avestruzes que vive num pasto em frente à sede da fazenda. Acordar, abrir a janela e ver essas “enormes galinhas” correndo para lá e para cá nos fazia pensar que ainda estávamos sonhando.


Fogão à lenha na fazenda de Perdões.

Fechamos então, mais uma semana da jornada. Cheia de extremos, justamente o que a faz mais interessante, para o corpo e para a alma. Estar um dia no meio da enorme megalópole, logo depois no pico de uma montanha no sul de Minas e mais um pouco na convivência acolhedora de uma fazenda típica de um cidadezinha do interior é o que nos faz sentir vivos, curtindo cada dia desses 1000 dias de andanças pelo continente.
Na próxima semana, um mergulho nas cachoeiras de Carrancas e no misticismo de São Tomé das Letras.

Acompanhe a viagem de Ana Biselli e Rodrigo Junqueira todas as quintas-feiras em nosso blog. Também acesse o site dos aventureiros: http://www.mildias.com.

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