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Mil dias pelas Américas: de volta ao Piauí
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Cachoeira do Frade, em Ubajara – CE.

Começamos nossa semana ainda no estado do Ceará, aproveitando o sol de Jericoacoara. Depois, deixamos o litoral para trás e seguimos para a Serra do Ibiapaba, fronteira do estado com seu vizinho, o estado do Piauí.

Ali está o Parque Nacional de Ubajara, com clima frio de serra e uma caverna espetacular que é acessada por um bondinho. Em seguida, fomos a outro parque nacional, o de Sete Cidades, este já em pleno interior piauiense. Por fim, fomos conhecer a única capital nordestina que não se localiza no litoral, a primeira cidade planejada do país, Teresina.

Em Jericoacoara, depois da longa caminhada de ida e volta para a vizinha Tatajuba, descrita no post anterior, tiramos um dia para merecido descanso. O dia esteve radiante, como há muito não víamos, e o ponto alto foi o pôr-do-sol visto do alto da duna. É o mais tradicional programa da cidade e, todo final de tarde, percebe-se aquela multidão em peregrinação para o alto da duna. Não é por menos. Diariamente, especialmente nos dias de sol, a natureza dá um espetáculo, com o nosso astro-rei se pondo diretamente no mar.


Subida da duna para ver o pôr-do-sol, em Jericoacoara -CE.

No dia seguinte, as nuvens voltaram a tomar conta do céu. Isso não nos impediu de conhecer a Lagoa Azul, uma das mais belas da região, com suas águas transparentes e restaurante com mesas dentro d’água. De lá, já em plena viagem, seguimos para a Serra do Ibiapaba, que divide os estados do Ceará e Piauí.

Passamos rapidamente pela cidade histórica de Viçosa do Ceará onde, no início do séc XVII, índios ferozes fizeram picadinho de um jesuíta que se encarregava de catequisar um tribo rival, onde era tratado como Deus. Finalmente, bem no final da tarde, chegamos à Ubajara, onde se localiza um parque nacional com o mesmo nome. Foi só o tempo de nos instalarmos numa pousada que fica em um sítio e admirar o fim de tarde de um mirante com visão para toda a serra e a imensa planície sertaneja muitas centenas de metros abaixo de nós.

O dia seguinte foi de explorações pelo parque e pelas cachoeiras da região. Acordar com frio e no meio da neblina em pleno Ceará já nos fez ver que estávamos num lugar especial. No parque, a principal atração é a visita à caverna. Chegar até lá não é difícil: basta tomar o magnífico bondinho. A parte da caverna aberta à visitação está toda iluminada, o que torna bem mais visível suas belas formações calcárias. A visita é guiada.


Caverna no P.N de Ubajara – CE.

De tarde fomos à Cachoeira do Frade. Além do belo caminho para se chegar até ela, descendo o rio e passando por diversas outras cachoeiras menores, o que mais impressiona é o fato de podermos entar atrás da cachoeira. A luz do fim de tarde tornou tudo mais belo e tivemos a chance de tirar fotos sensacionais. Ver o mundo através de uma cortina de água foi realmente algo especial!

Próxima parada: Parque Nacional de Sete Cidades, próximo à cidade de Piripiri, no Piauí. O parque foi criado na década de 60 para proteger as estranhas e singulares formações rochosas da região. São sete grupos de formações, que recebem o no me de “cidades”. Apesar de teorias um tanto exóticas que afirmam ser aquilo ruínas da passagem de fenícios, vikings e mesmo extraterrestres pelo sertão do Piauí, na verdade as cidades são o resultado de milhões de anos de erosão causada pelas chuvas e pelo vendo, pelo frio e pelo calor, nas rochas da região.

O resultado é espetacular, com pedras se parecendo com tartarugas gigantes, prédios, índios e até o mapa do Brasil. Em certos pontos, lembra bastante o Parque Estadual de Vila Velha, no Paraná.


Visão do P.N Sete Cidades – PI.

Por fim, para fechar a semana, fomos conhecer Teresina, cidade planejada e construída na metade do séc. XIX para ser a nova capital do estado do Piauí. Sem grandes atrativos naturais, especializou-se no turismo de negócios, além de ser um centro de referência na área hospitalar. A ausência do turismo recreacional dá à cidade um ar mais autêntico que o de outras capitais, já bem afetadas pelo turismo de massa. Duas das principais atrações da cidade que fomos conferir foram o encontro dos rios Parnaíba e Poty, cujas águas, com cores diferentes, demoram a se misturar, e a floresta petrificada, testemunho de uma grande floresta que houve aqui no tempo em que os dinossauros começavam a andar sobre a Terra. Aproveitamos também a cidade grande para pegar um cineminha e um pouco de vida noturna. Seve para quebrar um pouco o ritmo cansativo da viagem.

Na próxima semana, vamos conhecer duas das maiores atrações desta parte do país: o Delta do Parnaíba, o maior das américas, e o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, um pedacinho do Saara em pleno Maranhão.

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