Poucos lugares no Brasil e no mundo oferecem tantas opções de turismo e aventura numa área tão compacta como a Chapada Diamantina. Sem medo de exagerar, pode-se dizer que é possível passar um mês na região fazendo programas diferentes todos os dias, cada um especial à sua maneira e mesmo assim, não esgotar as possibilidades de passeios.
São montanhas, cavernas, cachoeiras, trilhas, cidades históricas, boa comida, ótimas opções de hospedagem a até mesmo um mini pantanal com jacaré e tudo em pleno sertão da Bahia. Pessoas de todo o Brasil e de vários países do mundo estão constantemente explorando as atrações do local e muitas gostam tanto que acabam se mudando para a Chapada, emprestando à região seus sotaques e culturas e transformando esse paraíso perdido numa região com um ar bem cosmopolita.
Diante de todas essas possibilidades, resolvemos passar 10 dias na região. Dez dias intensos e cheios de explorações. Junto com um guia local, montamos um roteiro variado que incluísse um pouco de todas as atrações, de cidades históricas a trilhas com e sem guia, de vales e montanhas a cavernas secas e alagadas. Isso tudo sem esquecer as dezenas de cachoeiras que são a marca registrada da Chapada.
A bela paisagem da Gruta do Morro do Castelo.
Começamos nossas aventuras perto da cidade de Lençóis, a mais famosa e agitada da região. No auge da época da mineração, em meados do séc XIX, chegou a ter 30 mil habitantes, tornando-se a terceira cidade da Bahia, depois de Salvador e Ilhéus. Com a decadência da mineração, as pessoas se foram, mas as construções e o charme da cidade ficaram.
Após fazermos os passeios mais próximos da cidade, conforme descrito no post da semana passada, resolvemos colocar o pé na trilha e seguir a pé, numa caminhada mais longa, até a mais famosa das cachoeiras da Chapada, a Fumaça, com seus quase 400 metros de altura! A caminhada é belíssima e o visual da Fumaça, inesquecível! A gente se programou de dormir lá em cima e o espetáculo até compensou o trabalho que tivemos para chegar lá: até nos perdemos e tivemos que caminhar de noite procurando o caminho correto.
Aventureiros que somos, passamos 3 dias seguintes, agora com um guia, caminhando no Vale do Pati, na região central do Parque Nacional onde mais cachoeiras, grutas e paisagens deslumbrantes nos esperam. Caminhar entre as regiões de chapadas e os Gerais é de tirar o fôlego, não pelo cansaço mas pelos visuais magníficos. Esse vale se transformou no paraíso dos trekkers já há uma década e conta com vários pontos de apoio que oferecem camas e até chuveiro quente!
Os dois aventureiros observam o Vale do Cachoeirão.
Entre as atrações do vale, destacam-se o rio Pati, todo encachoeirado, o Morro do Castelo, com uma incrível caverna lá em cima, que atravessa a montanha de lado a lado e dá acesso a dois mirantes de onde se pode observar toda a beleza da região e o Cachoeirão, um fundo de canyon que na época de chuvas tem várias quedas d’água com mais de 300 metros de altura em suas paredes e que tem mirantes que dasafiam mesmo àqueles que não tem medo de altura.
Cerca de 100 km de caminhada nos levaram para Mucugê, outra cidade histórica da região, com um “Museu do Garimpo” muito bem feito onde podemos acompanhar a história da gente que colonizou essa região. Mais incrível ainda é a cidade fantasma de Igatu, com suas construções de pedra que foram abandonadas com o fim do garimpo. Passear por suas ruas vazias, ladeadas de construções abandonadas numa noite de lua cheia acelera o coração!
Por fim, fomos explorar o sul do parque onde novas atrações recentemente descobertas fazem a alegria daqueles que já conheciam o parque, mas não ainda esta parte. As cachoeiras do Buracão e da Fumacinha estão entre as mais cênicas da Chapada. Compensam todo o esforço para se chegar até elas.
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Acampamento ao lado da Cachoeira da Fumaça.
Enfim, foram dias intensos, corridos e emocionantes. Muita história e muitas belezas, algo até difícil de ser absorvido em tão pouco tempo.
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