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Mil dias pelas Américas: Personagens do Sertão e a Pérola do Atlântico
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Ana caminhando com (e como) o Velociraptors, em Sousa, Paraíba.

Começamos nossa semana deixando o sul do Piauí em direção ao sertão cearense, terra do Padre Cícero. Depois, rumo ao extremo oeste da Paraíba, era hora de observar vestígios de personagens muito mais antigos: dinossauros! De lá para as terras altas do estado de Pernambuco que tem seu ponto culminante na cidade de Triunfo, vizinha de Serra Talhada, terra natal do cangaceiro Lampião. Finalmente, uma noite na Campos de Jordão do nordeste, a pernambucana Gravatá, reduto de inverno dos recifenses. Ao final desse nosso longo tour pelo sertão, embarcamos para ir à pérola do atlântico, o arquipélago de Fernando de Noronha.

Apesar de não ser um santo reconhecido pela igreja, Padre Cícero, que morreu aos 90 anos de idade, está no coração de todo nordestino e suas romarias atraem centenas de milhares de devotos. A cidade cresceu para recebê-los e a estátua em sua homenagem tem quase 30 metros de altura.

De Juazeiro do Norte seguimos para a pequena Sousa, na Paraíba. Lá estão alguns dos mais longos rastros de pegadas de dinossauros do mundo. Foram deixadas fossilizadas no antigo leito de lama do Rio do Peixe há mais de 100 milhões de anos. A nitidez dessas pegadas são impressionantes e pertencem a duas espécies: o enorme e pacífico Iguanodonte e o rápido e feroz Velociraptor, tornados famosos pelos filmes de Spielberg.


Mergulhando sobre o canhão da Corveta, em Noronha.

Infelizmente, outra coisa que impressiona é a pouca estrutura do parque onde se encontram essas pegadas. Uma atração de nível internacional tão pouco valorizada pelo nosso país. Um absurdo!

Da Paraíba seguimos para o oeste de Pernambuco, onde estão as cidades de Triunfo e Serra Talhada. Na primeira tivemos o nosso primeiro friozinho em semanas. A cidade está a quase 1.200 metros de altura, comumente é envolvida em neblina e tem como marca registrada um casario bem colorido e conservado. A segunda, já bem abaixo no vale e quente como imaginamos ser toda cidade do sertão, é famosa por abrigar museus e a casa onde nasceu o cangaceiro Lampião, contemporâneo do Padre Cícero e que aterrorizou o interior de sete estados do nordeste durante quase toda a década de 30, até morrer numa emboscada da polícia junto com sua esposa Maria Bonita, no interior de Sergipe.

Atravessamos o estado de Pernambuco em direção à cidade de Gravatá, bem próxima à Recife. A cidade tem muito bons hotéis e resorts que são muito disputados nos meses de inverno. O clima serrano favorece baixas temperaturas e uma culinária bem distinta das outras cidades do nordeste. Foi aí que nós comemoramos nosso aniversário de casamento, vestindo mangas compridas, tomando um bom vinho e comendo um fondue de queijo!


Casario colorido de Triunfo, Pernambuco.

No dia seguinte fomos para Recife pegar nosso voo que nos levou para um dos pontos mais bonitos do Brasil, o arquipélago de Fernando de Noronha. Metade de sua beleza está na paisagem das praias e montanhas. A outra metade está abaixo da superfície do mar já que a ilha é reconhecida como o melhor ponto de mergulho do país, com suas águas transparentes que chegam a 50 metros de visibilidade e uma riquíssima vida marinha, de corais coloridos e peixes grandes até tartarugas, arraias e golfinhos.

Por isso, aqui em Noronha, a gente se programou para fazer mergulhos pela manhã e passeios pelas praias e trilhas à tarde, tentando aproveitar ao máximo o que a ilha oferece. Nos últimos três dias estivemos nos melhores pontos de mergulho da ilha como nas Pedras Secas, no Mar de Fora e na Corveta, um enorme barco afundado a quase 60 metros de profundidade no Mar de Dentro. Estivemos também em praias que sempre aparecem nas listas de praias mais bonitas do país. Entre elas, podemos citar a Praia do Sancho, escondida atrás de falésias de 50 metros de altura, a Praia da Cacimba, que com o característico visual do Morro dos Dois Irmãos é um dos principais cartões postais da ilha e a Praia do Leão, com seu aspecto mais selvagem e águas claríssimas, próprias para a prática do snorkel.


Artesanato do Padre Cícero, em Juazeiro do Norte.

Enfim, foi uma semana bem variada, do coração do sertão ao meio do Atlântico. Semana que vem passaremos mais uns dias em Noronha e voltamos para o continente, para as vizinhas Recife e Olinda, onde o carnaval já começou!

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