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Móveis Coloniais de Acaju faz show histórico e promove baile às 2h da manhã
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Terminado o show do Móveis Coloniais de Acaju, não há muito o que fazer a não ser tentar repassar a você, leitor que não esteve no Lupaluna 2009, parte dessa experiência. Porque mesmo depois de as pernas e a cabeça reclamarem agora, às 3h25 da manhã de domingo, é impossível ficar indiferente. E sim, presenciar um show do Móveis é uma experiência, que pode te levar a se agachar no chão, balançar os braços e o corpo de um lado para o outro ou brincar de roda com desconhecidos. Foi o que aconteceu a partir das 1h55 da madrugada deste domingo no palco EcoMusic.

A cada apresentação fica mais perceptível o diferencial dessa banda brasiliense: a sinceridade. Na atitude, na música, nas palavras ditas. Transmitem originalidade quase palpável ao fazer seu trabalho e nunca tirarem o sorriso da cara. Eles brincam de “passar por baixo da corda”, mas a corda aqui é um trombone; eles correm dessincronizadamente no palco e tiram sarro deles mesmos; eles levantam os metais como troféus; e de quebra fazem o som mais original já visto nos últimos anos na música brasileira, que mistura ska e polka, ritmos do leste europeu e rock – há também o fator “independência como fórmula para o sucesso”, mas isso fica para outro dia.

Priscila Forone
Integrantes do Móveis brincam no palco: além da boa música, alegria é marca registrada.

O combo de nove músicos abusou. A maioria das músicas “disparadas” pertenciam ao segundo disco, C_ompl_te, lançado neste ano pela Trama, como “O Tempo” e “Adeus”. Mas sucessos do primeiro trabalho – Idem (2005) — também estavam lá, fazendo muitos fãs os entoarem como se já fossem “hinos da alegria”, como aconteceu com “Copacabana”. Pois alegria é a palavra-resumo dos brasilienses.

Você, que não estava lá, perdeu o trombonista, o saxofonista e o trompetista tocando em meio ao público. Perdeu a gigante cantiga de roda que fizeram, quando a banda toda desceu do palco – e parece que estar sobre ele não é essencial, na verdade – e pôs todos a girar e a cantar. E perdeu o que talvez tenha sido o único bis do Lupaluna 2009. Até o cachorro que passou por ali parecia estar contagiado.

Uma banda de dez anos de estrada que se destacou em festivais independentes do Brasil ganha corpo e identidade. Agora entra no mainstream sem apelo, apenas com a força de sua arte. O show de agora pouco é para ser lembrado por muito tempo. “Móveis, Móveis, Móveis”, gritava o público às 2h56 da manhã. O eco permanece.

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