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O pop lúdico da mineira Érika Machado
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Divulgação
A mineira Érika Machado lança o CD Bem Me Quer Mal Me Quer.

Mineirinha de fala baixinha e voz doce, Érika Machado lança seu segundo CD, Bem Me Quer Mal Me Quer, depois de ter sido eleita cantora revelação pela Associação Paulista de Críticos de Arte pelo álbum de estreia, No Cimento.

Seu novo trabalho é produzido por John Ulhôa, o líder do Pato Fu, banda que tem tudo a ver como pop lúdico que a garota faz. Suas canções falam de afetos perdidos com muita suavidade e desenham o perfil de personagens urbanos como o “Tiozão do Bar” e a “Solitaria Secretária da Agência de Turismo”.

Aí abaixo, ela conta um pouco da sua história. Quem quiser ouvi-la cantar, pode clicar aqui.

No camelô
“Eu comecei a gostar de cantar com minha turma da adolescência, agente acampava e tocava violão. Profissinalmente, canto desde 2006, com o (CD) No Cimento. Antes, tinha feito um disco de intervenção urbana, o Baratinho, eram músicas minhas, voz e violão, que eu fazia desde bem nova, mas sem intuito de tocar na rádio. Eu e doze colegas de faculdade (de Artes Plásticas) guardamos um dinheirinho por mês pra fazer um jornalzinho e ocupar a cidade (Belo Horizonte) , cada um podia fazer o que quisesse. Nada seria mais facil para inserir minhas ideias do que fazer um CD, que as pessoas levassem para casa para copiar e aprender a cantar coisas em que eu estava pensando. Coloquei à venda no camelô de discos usados. Começaram a me chamar apara apresentações, mas eu não encarava como um show, e sim uma ação, levava todo meu quarto para o palco e cantava.”

Solitária
“Componho letra e música. No primeiro disco, assinava mais faixas. Foi um processo mais solitário, com baterias programadas e baixos sintetizados. Depois suei para colocar no palco. Eu não tinha prática de show, não fiz o caminho da maioria das pessoas de tocar na noite e só depois de um tempo de estrada fazer um disco. Como já estou há um tempo tocando com a banda e satisfeita, Bem Me Quer Mal Me Quer foi menos solitário.”

Lúdico, infantil
“É a estética de que eu gosto, os barulhinhos e as cores. Eu acredito que possa ser um trabalho com vários niveis de leitura. Gosto de usar a linguagem simples mesmo quando falo de coisas complexas, pelo menos para mim.”

Reprodução

Temas“São coisas que observo no meu dia a dia. Esse disco é menos alegre que o primeiro disco, tem a ver com o momento que vivi no processo de criação. Eu perdi meu avô (era meu maior amigo, ele até participa de um videoclipe meu) e tinha terminado um namoro de 7 anos. Meu trabalho é bem pessoal, são as coisas que posso observar do lugar e do momento em que vivo.”

Parceira
“A Cecília Silveira (com quem divide os créditos da maioria das canções) é uma amiga que eu conheci na faculdade. Ela foi mostrar as suas músicas para um sambista daqui, o mestre Jonas. Ele falou que não tinha gostado, mas achava que eu iria gostar. A gente virou parceira. Nossa convivência é intensa, gosto muito do jeito dela de compor. O encarte de Bem Me Quer Mal Me Quer foi feito a mão, de lápis de cor. Ela escreveu e eu fiz os desenhos, montamops juntas.”

John Ulhôa
“Eu sou superfã do trabalho do John, por isso o chamei para se produtor. Me identifico bastante esteticamente e conceitualmente com o trabalho dele. O Pato Fu é uma influência muito forte para mim, ele e o Arnaldo Antunes.”

BH
“Aqui tem umas coisas bem legais e umas bem diferentes, nem vou dizer ruins, vai do ponto de vista. A cultura do pessoal daqui não é de ir em show, é de bar. A cidade não tem muitos contratantes, o próprio Pato Fu quase nunca faz show aqui. Mas, em compensação, tem diversos incentivos do governos estadual e municipal.”

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