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Show do Uakti impressionou no Teatro da Caixa
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Se, por um lado, o pequeno espaço do Teatro da Caixa (R. Conselheiro Laurindo, 280) favorece shows intimistas e detalhes que passam despercebidos em casas maiores, há momentos em que é de se lamentar que tão poucas pessoas – cerca de 125 por sessão – possam ver algumas apresentações memoráveis que passam por ali. Foi o caso da pequena temporada que o grupo mineiro Uakti apresentou nos dias 13, 14 e 15, todos com ingressos esgotados.

Jefferson Oliveira/Divulgação
O show, chamado de Uakti 4 Tempos, reuniu músicas dos quatro últimos CDs, lançados nos últimos 15 anos.

Criado em 1978, o grupo é referência na construção de instrumentos musicais com materiais alternativos – tubo de PVC, arco de pua, cabaça, arame, peça de caminhão, água, dentre outros materiais. Na última apresentação, que aconteceu às 21 horas deste domingo (15), a excentricidade da parafernália despertou curiosidade, como era de se esperar. A beleza dos timbres dos instrumentos – todos criados por Marco Antônio Guimarães, que também faz os arranjos, mas não sobe mais ao palco – foi outra atração à parte.

Mas a performance do grupo não foi menos impressionante. Formado por Artur Andrés, Paulo Santos e Décio Ramos, com participação da pianista Regina Amaral (que tocou teclado) e da percussionista Josefina Cerqueira, o Uakti fez um show preciso e orgânico, à altura do clima mágico criado pelos instrumentos. O grupo tocou as dinâmicas dos belos arranjos com sensibilidade, preencheu ambientes com texturas, fez improvisos impactantes, brincou, passeou pelo palco trocando os instrumentos.

A apresentação serviu também como um apanhado da carreira do grupo. O show, chamado de Uakti 4 Tempos, reuniu músicas dos quatro últimos CDs, lançados nos últimos 15 anos: Uakti – Águas da Amazônia, (“Tiquie River”, “Japurá River” e “Amazon River”, de Philip Glass), OIAPOK XUI ( “Cravo e Canela”, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, e “Folia de Reis Magos”, de Guimarães ), Clássicos (“Sonata KV 331 em Lá Maior”, de Mozart) e Trilobita (“Lágrimas do Sul”, de Milton e Guimarães, e “Krishna I”, de Andrés). Em pleno mês de janeiro, já deve ter conquistado um espaço entre os melhores shows de 2012 para muitos dos poucos que estiveram ali.

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