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Algumas considerações finais
| Foto:
Carlos Barria / Reuters
Usain Bolt: 100 e 200 metros rasos com os recordes pulverizados e um físico não tão favorável a ele

Exemplo Argentino

No futebol masculino, o que realmente fez diferença para a Argentina foi a preparação. Comparando com a do Brasil as diferenças são patentes.

Primeiro, a Argentina já tinha definido treinador, pré-lista de 30 convocados, jogadores com mais de 23 anos quase certos, amistosos sendo jogados. No mesmo momento, não se sabia se Dunga iria ou não sero otreinador nos Jogos.

Enquanto o Brasil jogava com potências como Cingapura e Vietnã, a Argentina testou seu time contra a Seleção da Catalunha, que é uma das principais regiões reveladoras de talentos do país campeão europeu e referêrncia de categorias de base, a Espanha.

E além disso tudo, a AFA dá um banho de organização na CBF nas categorias de base. Todas são integradas. Todos os times jogam taticamente parecidos com o time principal, ao ponto deste time ter como base o do Mundial Junior de 2005.

Estranhas no ninho

Vendo o pódio do futebol feminino (EUA-BRA-ALE), chego à conclusão de que as brasileiras são estranhas no ninho e que a prata pode ser considerada um milagre.

Primeiro, o Brasil não tem liga profissional, pouquíssimos times são profissionais e o “Campeonato Brasileiro” é uma copa que dura 3 meses por ano. Os estaduais são amadores e o mais organizado é o Paulista, que tem televisionamento (o paranaense até teve).

A Alemanha tem uma liga profissional. Aliás, como no masculino, a quantidade de times é impressionante. Nos Estados Unidos, a Liga Profissional faliu, mas como você pode ver acessando o site da FIFA, as universidades acolheram as jogadoras, revelando uma já conhecida faceta dos esportes na Terra do Tio Sam: o poderio do esporte universitário.

Deste modo, duas vias para o futebol feminino são apontadas: fortalecimento dos clubes (mais condizente com nosso perfil esportivo, mais próximo do europeu) ou o fortalecimento universitário (sai mais em conta e auxilia no pós-carreira das atletas, sendo que é utilizado no futebol pela Ulbra do Rio Grande do Sul e de Rondônia, que também investe em outros esportes, assim como a Unisul de Santa Catarina e a Unimep de São Paulo).

Assim como está, os bons resultados do futebol feminino são decorrentes de um grupo de jogadoras obstinadas e guerreiras, até porque a CBF não está nem aí para elas.

O Fenômeno Bolt

Usain Bolt não tem jeito de corredor de 100 e 200 metros típico. Ele realmente não é típico. Ele tem 1,93m de altura, o que o deixa cerca de 10 centímetros mais alto que seus concorrentes. Por outro lado, ele não é tão musculoso quanto seus oponentes.

A altura atrapalha principalmente na prova dos 200 metros, pois aumenta o atrito dele com o ar numa largada em curva. Mesmo assim ele quebrou a marca de Michael Johnson, que durava 12 anos. Os poucos músculos com relação aos oponentes, tira um pouco da arrancada dele, mas por outro lado, não o deixa pesado demais, o que aumentaria muito o lastro que ele teria que carregar. Ele compensa com passadas mais largas.

O físico dele seria bom para o salto em distância, se não fosse o fato de não ser o arranque o forte dele. Nos 100 metros rasos, ele pulverizou a marca dele e ainda diminuiu o ritmo dele. Onde será que ele chegará, pois ainda é jovem?

O Fenômeno Maurren

Pegando o gancho do Bolt, Maurren Maggi teve mais dificuldades que as adversárias no salto em distância por conta de seu físico. A brasileira tem alguns centímetros a menos de altura que elas, o que significa uma passada menor e uma impulsão menor. Logo, ela compensa na técnica para garantir bons resultados (pelo que me lembro, ela também corria corrida de pistas com barreiras antigamente).

A diferença ficou patenta no pódio. A russa que ganhou a prata e a nigeriana do bronze estavam quase na altura dela, com o diferencial dela estar um degrau acima. Imagina a hora que surgir uma atleta que tenha a altura das adversárias e a técnica dela. O recorde mundial viraria pó.

E o Troféu Padre Irlandês vai para…

Fabiana Murer e o sumiço da vara. Se em Atenas, a organização falhou ao não escoltar Vanderlei Cordeiro de Lima na maratona e permitir o ataque do padre irlandês Cornelius Horan (que quase foi atropelado pelo Cristiano da Matta no GP da Alemanha de 1999, a primeira vitória do Rubinho na F-1), o Troféu Padre Irlandês de Pequim vai para a saltadora brasileira.

O Troféu foi criado por mim, neste momento, para relembrar a coisa improvável que aconteceu e prejudicou o desempenho de um atleta brasileiro em Jogos Olímpicos. E novamente a organização falhou, desta ver ao conseguir extraviar uma das varas de Fabiana, que teria chances de brigar por uma medalha. Se isso acontecesse no Brasil, todos estariam caindo de pau em cima da organização, mas como foi na China, trataram de abafar. E o pior foi a cara de pau da organização botando a culpa nela, como se ela tivesse separado a vara, posto num carrinho e colocado junto com as varas das eliminadas. Se for assim, eu me chamo Edson Arantes do Nascimento e fiz mais de 1.200 gols jogando nas décadas de 50, 60 e 70, entende?

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