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Uma das minhas grandes paixões é viajar. Sou daquelas que está sempre disposta a colocar a mala nas costas e conhecer um destino novo, desbravar culturas inusitadas, fazer novas e diferentes amizades, comer o mais exótico dos pratos, experimentar um jeito de vida diverso… Mas se tem uma coisa que acho profundamente irritante e, mais que isso, desconfortável, é quem acha que qualquer conversa (sobre qualquer assunto! )  é possível soltar um “Isso me lembra meu passeio por Paris!”… “Quando eu estive em Roma…” , “Este prato nem se compara ao que comi em Veneza”…

Acho triste. Aliás, acho pobre. Só quem faz uma viagem a cada 100 anos ou tem muito problema de reafirmação fica encaixando suas experiências de passeios em qualquer assunto. Claro que se você se depara com uma situação que te faz lembrar a viagem, o papo pode acontecer, naturalmente… Mas há quem tenha o dom de ser desagradável.

O fato é que, além de parecer presunçoso, muitas vezes o orador puxa um papo em que ele fica falando sozinho. É raro estar em uma roda em que as pessoas viajaram pelos mesmos lugares que você, então é esbanjar o turismo em vão ou quase esfregar a viagem na cara de coitados que só saem de casa para dar uma volta no centro da cidade.

Quer coisa mais triste que ir à casa de alguém que chegou há pouco de viagem e se deparar com 1.345 fotos que ele não quer só mostrar, mas também contar a história de cada um dos registros com riqueza de detalhes, estado emocional da pose feita no momento e histórico do ponto turístico? Coisa insuportável!

Claro que se você é bem próxima do viajante, você quer ver as imagens e ouvir histórias, mas se o vizinho só tocou a campainha pra vender a rifa do filho, deixa ele ir. Ele não está interessado na marca do queijo que você comeu no piquenique em frente à Torre Eiffel.

Obviamente que dá para entender a empolgação de quem faz uma viagem incrível e a vontade de dividir tudo de maravilhoso que se viveu com amigos e parentes. A dica é só prestar atenção do interlocutor. Bocejos recorrentes, olhos de peixe morto e a fatídica pergunta “O que a gente vai comer hein?”, podem ser bons sinais de que você está exagerando nos relatos…

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