Duas visões sobre o cinema 3D

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Uma viagem para outro mundo

Por Patricia Fernanda

“Mágico”. Foi esta a palavra que me veio à cabeça depois de assistir Os Fantasmas de Scrooge (veja trailer e fotos), na sala Imax. Logo na entrada, aqueles que vão pela primeira vez [meu caso] têm um choque com o tamanho da tela. Gigantesca, de cima a baixo, de lado a lado. Nada menos que o equivalente a seis salas comuns.

A adaptação de “A Christmas Carol”, que traz Jim Carey em sete personagens e uma verdadeira lição de vida, naturalmente tem cenas emocionantes engraçadas e assustadoras. Mas tudo isso multiplicado por seis… É fantástico. E a sensação é de realmente fazer parte da trama. Em alguns momentos é possivel sentir que estamos voando, com direito a frio na barriga, como numa montanha-russa.

É uma viagem a um mundo de fantasia que faz qualquer adulto virar uma criança, mesmo que só por 96 minutos. Sensação inigualável. Abençoada seja a tecnologia.

Para onde caminha o cinema?

Por Daniel Felipe Fonseca

Uma das cenas mais marcantes do filme “Os Fantasmas de Scrooge”, pelo menos em sua versão em 3D, é quando o protagonista, logo no início do filme, voa pelo céu na companhia do “Fantasma dos Natais Passados”. Sem exagero: a sensação mais próxima é voar numa montanha-russa – só faltou o vento.

O que me levou a pensar: estaria o cinema, ao menos aquele realizado por grandes estúdios, tentando substituir a realidade? Qual o próximo passo depois do cinema em 3D – vão começar a fazer filmes que emitem odores?

Ora, cinema é ilusão de movimento. Ilusão – uma palavra, no mínimo, forte. Não que um filme como “Os Fantasmas de Scrooge” não tenha o seu valor – ele diverte bastante, e os efeitos do 3D ajudam muito a diversão acontecer. Mas a grande mágica do cinema, acredito, está em contar histórias em duas dimensões, e fazê-lo de maneira verossímil. Cinema é saber mentir.