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“OLHANDO BEM POR OUTRO LADO.
TEM TANTA GENTE FAZENDO O BEM. TEMOS INSTITUIÇÕES MUNICIPAIS QUE SE PREOCUPAM COM ISSO. E FAZER O BEM “ESCRITO” É FÁCIL. VOCES QUE QUEREM FAZER O BEM, ANDAM DE CARRO COM OS VIDROS FECHADOS COM MEDO DE QUÊ?
AJUDAM AOS NECESSITADOS NA RUA OU EM CASA, AJUDAM NAS IGREJAS PARA QUE AS PARÓQUIAS ATENDAM AOS FIÉIS MENOS FAVORECIDOS?
SE SIM QUE BOM, CONTINUEM ASSIM. ESCREVER É FÁCIL, AGORA AQUELE QUE NÃO TEM ACESSO À INTERNET OU NEM SABE O QUE É UM BLOG, COMO FAZER O BEM.”
(Comentário do leitor Rubens, reproduzido na íntegra como foi postado no blog)

Este comentário foi postado pelo leitor Rubens e achei muito interessante para uma profunda reflexão.

O Rubens toca em um ponto muito importante: De nada adianta apenas falar sobre o bem, mas sim é necessário fazê-lo na prática. Assim como falou o filósofo Sócrates: “Não te contentes em admirar as pessoas bondosas. Imite-as”.

Fica esta reflexão do nosso amigo Rubens para todos nós. Eu acrescentaria que é preciso sim praticar, falar do bem, escrever sobre o bem e refletir sobre ele todos os dias. Para que possamos tê-lo como um pensamento permanente em nossas vidas. Algo que flua como nossa respiração. É fácil, não, não é. Por isso precisa fazer parte do nosso dia-a-dia.

Por isso compartilho de um pensamento do Dalai Lama, Tenzin Gyatso, líder espiritual do povo tibetano, tive a feliz oportunidade de fazer a cobertura da vinda dele a Curitiba em 1999. Em uma pergunta que foi feita a ele durante a sua palestra, na Ópera de Arame, sobre se os monges tibetanos não são excessivamente passivos em suas atitudes, ele respondeu: “Dizer que um monge é passivo!? Bem, ele trava uma batalha diária consigo mesmo, contra os seus inimigos interiores, que são os verdadeiros portadores da infelicidade, todos os dias. E esta é uma batalha de segundo a segundo, minuto após minuto, hora após hora, dia após dia, mês a mês, anos após anos, eras após eras”.

É, falar ou escrever e mesmo praticar nem sempre é assimilar o bem. Por isso é necessário um exercício diário e constante de reflexão sobre o todo em que nós estamos inseridos.

E o bem se faz de diversas maneiras, pela caridade, por ações sociais e de solidariedade, pela compaixão, pelo desapego, pela compreensão, pela humildade, por uma ação de tolerância e paciência, por meio de um ato de ouvir alguém que precisa, por um pedido de desculpas, pelo perdão, e assim podemos fazer uma infinita lista de possibilidades sobre ações do bem.

Infinita porque cada pessoa vive um momento diferente e sente o bem de uma maneira diferente. Assim não tomemos por base apenas um caminho, mas vários, pois a humanidade é diversa. A dor que fere a um, nem sempre é a mesma do outro. Muitas vezes o mais necessitado materialmente falando é o que mais tem forças para consolar o “rico”. Por isso o bem também tem seus paradoxos. E não adianta entender pelas vias da razão e da inteligência, precisa ser pelas vias da Sabedoria.

Um dia ouvi uma história interessante. Uma pessoa me contou que recebeu de seu maior algoz um dos melhores bens da sua vida. Aquela pessoa que para ela naquele momento parecia um impiedoso “inimigo”, na verdade era a única criatura que teve coragem de lhe abrir os olhos para que ela enxergasse o seu real valor.

Pois o mundo para aquela pessoa significava ficar escondida em meio ao seu medo, a sua insegurança, sem ter coragem sequer de ousar pensar em fazer algo que não estivesse totalmente seguro e que não fosse lhe proporcionar visibilidade. Visibilidade não, podem me ver e a minha redoma de vidro pode quebrar, pensava ela.

O “algoz” cobrou daquela pessoa que ela saísse da sua zona de conforto e realmente mostrasse o seu brilho, o seu potencial, corresse o risco de ousar e ser alguém que de fato ajuda a formar outras pessoas.

Naquele momento, para aquele indivíduo parecia que o mundo havia desabado, pois ficar escondido era a única coisa que esperava da vida. Até que um dia ou ele aparecia ou definitivamente não teria mais oportunidade onde atuava. Bem, aquela pessoa, primeiro por necessidade, decidiu ir em frente e arriscou mostrar o seu brilho que tanto escondia. Após colocar sua cabeça para fora da tão “segura toca” viu que poderia seguir ainda mais além e assim conquistou o mundo. Não o mundo dos Homens, mas o seu mundo interior, pois venceu a si mesma.

Neste dia, este indivíduo percebeu que o seu algoz fora o que mais lhe fez o bem, pois a partir da sua cobrança, ele descobriu a si mesmo. Hoje este indivíduo lidera pessoas e procura mostrar a elas o mesmo caminho, nem que para isso tenha de virar “algoz”.

É, o bem realmente tem seus paradoxos. Assim segue uma saudação do Planeta Vulcano do magnífico e insuperável senhor Spock, de Jornada nas Estrelas: “Vida longa e próspera”. Para todos e que ela seja cheia de sabedoria para que possamos entender a nós mesmos e por conseqüência o nosso próximo.

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