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Coluna publicada na Gazeta do Povo impressa desta terça-feira

Uma pergunta vem naturalmente quando o assunto é o Coritiba x Palmeiras de amanhã, no Couto Pereira: é possível o Coxa repetir o 6 a 0 do dia 5 de maio? A resposta é sim. Em 2003 o Coritiba fez 5 a 0 no Flamengo e repetiu a dose seis anos mais tarde – e pouco depois de levar 5 a 0 do clube carioca no Maracanã. Mas é pouquíssimo provável que a repetição ocorra agora, se é que acontecerá algum dia.

O momento do Palmeiras é melhor do que naquela noite de quinta-feira; o do Coritiba, um pouco pior. Enquanto um não tem na memória recente a eliminação para o maior rival nos pênaltis, o outro não tem o lastro de uma sequência mágica de vitórias. E se naquele encontro o Palmeiras não conhecia o Coxa e não teve pudor admitir isso, hoje é prudente que conheça bem cada jogador coxa-branca.

Se as pré-condições não bastam para repetir o 6 a 0, são mais do que suficientes para o Coritiba vencer o jogo. E isso basta. A torcida sairá tão feliz do Alto da Glória com um suado 1 a 0 quanto com uma nova goleada. Fundamental nos pontos corridos é garantir os três pontos, não abrir uma vantagem confortável para o jogo de volta como em um mata-mata.

Dois jogadores do Coritiba são especialmente importantes para essa confiança na vitória: Leandro Donizete e Marcos Aurélio. Leandro Donizete é o óleo que faz a engrenagem coxa-branca funcionar. Ele é o símbolo do equilíbrio tão almejado pelos treinadores. Com Donizete em campo e jogando bem, cada jogador coxa-branca automaticamente encontra o seu espaço em campo.

Marcos Aurélio é o craque do time, aquele para quem se dá a bola quando o jogo está complicado com a certeza de que sairá alguma boa jogada. Marcos Aurélio nem precisa jogar bem para ser decisivo. Domingo, contra o América, ele apareceu duas vezes na partida. Marcou um gol em cada uma e resolveu o jogo. Leandro Donizete também estava em campo. Não é coincidência que com seus dois jogadores mais importantes o Coritiba tenha vencido com a mesma facilidade que obteve a maioria das suas vitórias no último ano e meio.
Do lado palmeirense, apenas três novidades significativas: a presença de Maikon Leite (bom cuidar com seus avanços pela meia-esquerda, que sempre terminam com um corte para dentro e um chute de pé trocado), a volta de um Marcos disposto a pegar até pensamento e a ausência de Leandro Amaro (o zagueiro que o Coritiba humilhou na mágica noite de 5 de maio de 2011).

Adoraria ver a rodinha de boca de túnel dos dois times. Entre orientações de última hora, alguns palavrões e um Pai Nosso, certamente vão sobrar as seguintes frases. Do lado palmeirense: “Vamos mostrar que somos um time de homens e que aquele 6 a 0 não condiz com a nossa história”. Do lado coxa-branca: “Vamos mostrar que somos um time de homens e que aquele 6 a 0 não foi por acaso”. Depois de 90 minutos, veremos quem terá razão.

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