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Renan Rocha para um lado, bola para o outro, 3 x 0 Avaí.

Essa é a única pergunta possível após o Atlético levar 3 a 0 do Avaí, na Ressacada. Falar do jogo é pertinente, mas não passa de repetição de tudo o que leva o Rubro-Negro a estar em 18º na classificação. Não houve erro novo em Florianópolis. A pobreza técnica geral de um elenco mal formado, erros de posicionamento da defesa, a apatia nada condizente com um jogo decisivo, a falta de fôlego dos mais velhos, as opções pouco animadoras no banco… Tudo isso já havia se manifestado em muitas outras partidas. Se o Atlético escapar, será porque soube lidar com estes erros. Já passou o momento de corrigi-los.

Na 98, o Henry Xavier atualizou a conta da salvação. O Atlético precisará somar 19 dos 30 pontos que tem pela frente para escapar com segurança – com 18 é possível, mas não é garantido. É um aproveitamento de 63,3%, superior ao do líder Corinthians. São seis vitórias e um empate. É vencer os cinco jogos em casa, outro fora e ainda beliscar um empate. A tabela é cruel, vamos a ela.

Atlético x Vasco (13/10)
O Vasco acaba de perder a liderança. É o jogo em que terá de apresentar uma reação caso ainda queira brigar pelo título. Duelo cascudo abrindo a série de cinco jogos em que vencer é obrigação.

Botafogo x Atlético (16/10)
A rodada do meio de semana ditará o tamanho da ambição do Botafogo. No pior cenário (para o Atlético), precisando vencer para colar no líder. No “melhor” cenário, precisando vencer para não fugir do grupo da Libertadores. Enfim, qualquer coisa diferente da derrota será surpresa.

Atlético x Ceará (23/10)
É confronto direto e em casa.

Santos x Atlético (29/10)
O Santos já está oficialmente em preparação para o Mundial. Ainda não dá para medir exatamente o que isso significa nem como o Santos vai lidar com as partidas preparatórias para o Mundial. Jogo perigoso, mas dá sonhar com algum ponto.

Atlético x Atlético-GO (6/11)
O Dragão já deve estar de férias antecipadas a essa altura, salvo de rebaixamento e longe demais da briga pela Libertadores.

Corinthians x Atlético (13/11)
Corinthians brigando pelo título com o Pacaembu lotado. Tem como ser pior?

Atlético x São Paulo (16/11)
Mais um candidato ao título – ou à Libertadores. Fora a carga que usualmente cerca os duelos entre Atlético e São Paulo na Arena. Tensão em nível máximo.

Cruzeiro x Atlético (20/11)
Confronto direto e fora de casa. O time pode cair aqui, ou colocar-se à frente de um duro candidato. Pontuar é fundamental.

América x Atlético (27/11)
É provável que o América já chegue a esse jogo rebaixado. A conferir se não rola uma união mineira para tentar salvar Galo e Cruzeiro.

Atlético x Coritiba (4/12)
O caminho acaba aqui, na Arena, contra o maior rival provavelmente sem ambição no campeonato. Ou melhor, com uma ambição de sonhos para cada torcedor coxa-branca, rebaixar o rival na casa dele. O pior momento possível para jogar um clássico.

Olhando friamente, pelo desempenho do Atlético e a dureza/ situação na tabela dos adversários, a salvação beira o impossível. Apenas os duelos contra Atlético-GO, Santos e América oferecem algum refresco. Os três primeiros da série, os confrontos contra São Paulo e Corinthians, mais o Cruzeiro são durissimos. O Atletiba é um jogo à parte.

Será preciso jogar no limite da entrega física e tática, transformar em gol as poucas chances que o Atlético cria e contar com alguma sorte. Em outras palavras, o jogo do Inter é a referência em casa, o jogo do Flamengo é a referência fora. Em momento algum o Atlético apresentou futebol ou consistência suficiente para fazer 19 pontos em 10 jogos. Evitar o rebaixamento é possível, mas cada vez menos provável.

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O que também não muda nem acaba nos jogos do Atlético é a rixa entre as duas organizadas do clube. Fico curioso em saber o que as autoridades ainda esperam que aconteça para enquadrar Fanáticos e Ultras, responsabilizar os seus presidentes por essa guerra entre gangues.

A diretoria do Atlético também é omissa. Querer todos os atleticanos ao lado do clube em um momento delicado não pode servir para fechar os olhos para comportamentos criminosos. Basta olhar para o Coritiba de 2009, permissivo com a Império a ponto de permitir que o pavilhão da organizada enfeitasse o palco do jantar do centenário do clube. Todos se lembram do “muito obrigado” que o Coritiba recebeu no fim daquele ano.

O Atlético tem milhões de coisas importantes para se preocupar, evitar o rebaixamento é a principal delas. Mas clube e autoridades de segurança não podem ignorar o inferno que está criando para si na última rodada ao deixar que a rixa entre as duas facções cresça livremente.

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No mais, parabéns aos atleticanos de verdade que desceram a Briói até Floripa.

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