• Carregando...

Goleiro Rodolfo teve de trabalhar muito durante o Atletiba

O Atletiba de Cinzas teve torcida única na arquibancada e futebol em tempo único dentro de campo. Depois de tantas caneladas da cartolagem, os primeiros 45 minutos (ou 44 minutos e 58 segundos, para ser mais exato) foram de lavar a alma. Jogo aberto, com poucas faltas e busca constante pelo gol.

O Atlético chegava quase sempre por baixo, com trocas rápidas de passe e deslocamento em velocidade. Ninguém encarnou melhor esse espírito que Bruno Furlan, presente em todos os setores do ataque e chutando a gol sempre que abrisse uma brecha. Ricardinho cumpriu bem o papel de não deixar Jackson subir tanto e Pablo, pela primeira vez testado pra valer na marcação, foi bem não só atrás, como em alguns momentos apareceu no ataque.

No Coritiba, a contusão de Willian obrigou Marcelo Oliveira a abrir mão da dupla de volantes. Acaso muito bem-vindo, pois Júnior Urso na dele roubou muitas bolas e grudou em Ligüera o tempo todo; Tcheco melhorou a transição da defesa para o meio-campo. O efeito da entrada de Tcheco só não foi maior porque Renan Oliveira e Lincoln estavam apagados. De Renan já era de se esperar, pois essa é a tônica da carreira dele, mas Lincoln foi contratado muito para em ser o porto seguro em jogos mais duros. Hoje não foi, também porque Deivid não deixou. Rafinha, então, jogou sozinho pelo chão e mesmo assim fez estrago na defesa atleticana. O melhor atalho para ameaçar o gol atleticano foi pelo alto, como já era de se imaginar.

Então veio o segundo tempo e o bom futebol ficou no vestiário. Um pouco porque é duro manter o mesmo ritmo durante os 90 minutos do décimo jogo do ano em 30 dias. Um pouco porque as duas equipes tiraram o pé, aparentemente temerosos por perder um jogo que, na verdade, ambos precisavam ganhar. E um pouco porque as alterações foram mal feitas.

Fica difícil imaginar o que motiva Marcelo Oliveira a ainda por Geraldo em campo. O angolano estagnou e não é de hoje. Ele pega a bola, corre pela ponta esquerda e mata o lance sozinho. Carrasco, talvez sem jeito de ver o adversário deixar o Coritiba com dez, trocou Ligüera por Nieto. De uma vez só, matou a ligação meio-campo e ataque e pôs alguém para dividir espaço com Bruno Mineiro dentro da área coxa-branca. O que restou de chance de gol foi anulado por Rodolfo e Vanderlei, os melhores em campo, escoltados pelas suas duplas de zaga.

No fim, o Atlético foi levemente melhor. Talvez revertesse essa ligeira superioridade em gol se Héber Roberto Lopes marcasse o pênalti claro de Pereira em Bruno Mineiro, lance que dá mais munição aos atleticanos, que tanto reclamam das atuações do londrinense em Atletibas. Os coxas-brancas também reclamaram de um pênalti em Rafinha, lance que a TV mostrou apenas uma vez. A minha impressão imediata foi de jogada normal, mas quero ver o replay para tirar uma conclusão.

Considerando que o clássico foi o primeiro teste pra valer da temporada, o Atlético pode sair um pouco mais animado. Ainda está em formação e empatou com um time da Série A que carrega uma espinha dorsal da temporada passada. Para o Coritiba, se ainda havia dúvida de que o estágio atual desta equipe é pior que o do time 2011 após os mesmos dez primeiros jogos, ela se desfaz ao ver que o time foi inferior a um adversário da Série B ainda em montagem.

Torcida única
No momento em que finalizo este post começam a surgir informações de briga entre torcedores de Coritiba e Atlético na Praça Eufrásio Correia, exatamente como escrito no blog ontem à noite, no terminal do Cabral e próximo ao Couto Pereira. Não precisava ser gênio para prever que isso aconteceria, era só ter alguma noção de realidade. Aliás, espero que os iluminados que defenderam a torcida única, inclusive com ironias infantis de que clássico com duas torcidas é coisa de gente romântica, tenham a decência de vir a público corrigir a bobagem que disseram. O que resolve violência em dia de jogo é um esquema eficiente de segurança.

Osmar Antônio
O repórter Osmar Antônio, da Banda B, teve seu credenciamento para o clássico recusado. O Atlético ainda não justificou a medida, mas é difícil imaginar alguma explicação plausível para tal atitude. E que os órgãos de classe tomem atitudes eficazes para evitar que este episódio se torne regra.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]