Imagine que você seja um técnico afeito a ousadias táticas. Três jogadores no ataque, meio-campo sem volantes, atacante na lateral, volante na zaga, zagueiro no ataque, essas coisas. Imagine também que o seu próximo jogo é um clássico, na casa do maior rival, somente com torcida adversária. Perder encaminha o reencontro em uma final para a qual você já está classificado. Vencer te deixa com a mão na taça por antecipação, dispensando a decisão em dois jogos. Imaginou? Então você é Juan Ramón Carrasco e, seja bem-vindo, domingo tem Atletiba.
Os quatro meses de Carrasco em Curitiba permitem supor que o cérebro do uruguaio está em ebulição. Ele fala em respeito ao adversário, protocolar e sincero na mesma medida. Diz que será um duelo da força física (Coritiba) contra a força técnica e tática (Atlético). E pede contundência ao seu time.
Pelo manual de armar times de futebol de JR Carrasco, é possível esperar no Atletiba um híbrido do Atlético dos dois jogos contra o Criciúma. O Coritiba terá de atacar? Então escale-se três avantes de velocidade, Guerrón, Edigar Júnio e Marcinho (Ricardinho seria mais eficiente). O Coritiba tem dois meias velozes abertos, Rafinha e Roberto? Então arme-se uma linha fixa de quatro defensores – Gabriel Marques, Manoel, Rafael (ou Foguinho) e Bruno Costa – para tentar barrar o rival. E entre esses dois compartimentos? A prudência mandaria escalar ao menos um volante, Deivid, com Paulo Baier e Ligüera logo à frente. Mas como o técnico é Carrasco, por que não escalar Zezinho, mandar Deivid para o banco e tentar vencer o clássico com posse de bola e marcação?
Vinícius; Gabriel Marques, Manoel, Rafael e Bruno Costa; Zezinho, Paulo Baier e Ligüera; Guerrón, Edigar Júnio e Marcinho. Esse é o Atlético que eu imagino ver em campo domingo, no Couto Pereira. Ao menos, seria um time condizente com o perfil de Carrasco.
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