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O acordo fechado ontem entre Atlético e Nacional, para desfazer o negócio, não será o ponto final do caso Morro. Na próxima semana, o departamento jurídico rubro-negro entrará com uma ação contra o ex-presidente do clube, Marcos Malucelli, por causa do valor de US$ 1,2 milhão pago à Guardian Universal Limited, empresa de Daniel Fonseca, investidor do Nacional e empresário de Morro.

No entendimento da diretoria atleticana, este valor foi pago em forma de comissão e é uma comissão muito acima do valor de mercado. “Faremos prova pericial, levantando outros contratos de transferência, mostrando que a média do mercado é de 15% e o valor pago ao Fonseca é muito superior a essa média. Pediremos que o Malucelli seja condenado a devolver a diferença entre o valor pago e o que seria a média de mercado”, explicou ao Bola no Corpo Cid Campêlo Filho, vice-presidente jurídico do Atlético.

Considerando o valor total da negociação, de US$ 6,4 milhões, a quantia destinada à Guardian corresponde a 28%. Considerando o valor efetivamente pago, de US$ 3,2 milhões, a fatia da Guardian sobe para 35%.

Antes mesmo de a notícia da ação vir à tona, Marcos Malucelli havia me dito que o valor pago à Guardian Universal Limited não configurava comissão. A empresa é uma investidora do Nacional, que recebe parte do dinheiro da negociação de jogadores formados pelo clube previamente escolhidos por ela (modelo L.A.Sports-Paraná Clube). Então, segundo a explicação de Malucelli, o pagamento acordado de US$ 1,8 milhão à Guardian corresponde a parte da compra dos direitos federativos do jogador.

Essas duas teses serão confrontadas na Justiça, que decidirá quem tem razão.

Sobre o acordo feito por Petraglia, Malucelli deu as seguintes declarações, publicadas na Esportiva desta sexta-feira:

“Se eles dizem que o negócio que eu fiz foi ruim, o deles foi péssimo. A fama de bom negociador do Petraglia ficou no passado, junto com a de bom administrador.”

“E ainda vão receber em quatro parcelas? Pior ainda.”

Já existe outra ação contestando a comissão de R$ 450 mil paga a duas empresas de Porto Alegre: R$ 330 mil para a Refast Consultoria Desportiva, de Nelson Sturhoebel, empresário de Taiberson; R$ 120 mil à IPC do Brasil Marketing, de Mario Antonio Ribeiro.

São réus neste processo Marcos Malucelli, Enio Fornéa, Alfredo Ibiapina, Renato Munhoz da Rocha (ex-diretor administrativo do Atlético) e Maria Aparecida Gonçalves (ex-diretora financeira do Atlético). Segundo Cid Campêlo Filho, ainda falta um dos réus ser notificado para que o caso entre na pauta de julgamento em primeira instância em uma das Varas Cíveis de Curitiba.

Entenda a engenharia financeira da venda de Morro García ao Atlético e como funciona o distrato entre as partes.

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