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Rafinha fez um gol e foi um dos melhores do Coritiba contra o São Paulo.

Já abro dizendo que não assisti a Coritiba x São Paulo com a atenção ideal. Estive envolvido com o fechamento da edição de agosto da revista ESPN – do qual, aliás, saio agora – e vi apenas trechos da partida. Comento em cima deles, conto com vocês para acrescentar outros detalhes.

Começo pela escalação. Mais uma vez Marcelo Oliveira mexe na estrutura do Coritiba em um jogo importante. Na final da Copa do Brasil, contra o Vasco, recuou demais. Agora, contra o São Paulo, avançou demais o time.

O Coxa passou (quase) o ano inteiro tendo um volante pegador, ora Leandro Donizete, ora Willian. Na falta dos dois, considerando que Marcos Paulo foi emprestado e Dejair é muito novo, havia a opção de escalar Maranhão na lateral direita e trazer Jonas, volante de origem, para o meio.

Marcelo entrou com Gil. E Léo Gago. Mais Davi. Além de Marcos Aurélio e Rafinha. Com Bill lá na frente. Do meio-campo em diante, ninguém com DNA de marcador. Claro que dá para jogar com um meio assim, mais leve, faz bem ao futebol. Mas precisa trabalhar com mais calma, escolher bem a partida para testar pela primeira vez.

O resultado foi tragicômico. O Coritiba mantinha a posse de bola a maior parte do tempo, mas não acertava o gol. Sempre que o São Paulo conseguia controlar a bola e passar pelo meio-campo ao alviverde, chegava no gol e ao gol. Fez quatro dessa maneira, poderia ter feito mais.

No meio do caminho Davi ainda foi expulso. Um exagero. O conjunto falta + reclamação valia no máximo um cartão amarelo, jamais o vermelho. O árbitro, por sinal, é ruim demais. Não enxergou um pênalti para o Coritiba no 4 a 2 e expulsou Denílson exatamente nas mesmas circunstâncias de Davi. Foi coerente no erro, lembrou o Dunga na Copa.

Erro igual, mas com efeitos bem diferentes. O Coritiba perdeu Davi no meio do primeiro tempo, em 2 a 0. Teve de assimilar um golpe equivalente ao de um gol, seus jogadores precisaram correr mais até o fim. Impossível dissociar a falta de fôlego ou precisão em algum momento final do jogo do sacrifício físico imposto pelo jogador a menos.

A dedicação do time – turbinada por um relaxamento natural do São Paulo – permitiu ao Coritiba sair de campo com dignidade. Levar 4 a 0 em casa seria uma pancada e tanto. O 4 a 3 ficou mais honroso, quase heroico. Por um lado, isso me preocupa. Sempre me preocupo quando nossos times exaltam desempenhos heroicos que acabam em derrotas ou vitórias insuficientes.

E o Coritiba teve um semana assim. No domingo, sem heroísmo, mas jogando melhor, empatou com o Bahia, mas voltou lamentando que poderia ter melhor sorte. Agora, zera dentro de casa, mas também sai com o sentimento de que poderia ter ganhado alguma coisa. O resultado está na tabela. De seis pontos possíveis, fez um só. É cruel, mas enquanto o futebol tiver um sistema de pontuação de vitória, empate e derrota, não um de “expressividade artística e técnica”, como ginástica e saltos ornamentais, cada desempenho precisa ser avaliado com uma boa dose de frieza.

E vocês, que viram o jogo do início ao fim sem interrupções, o que me dizem?

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