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Bola na mão não é pênalti. Bola no peito também não
| Foto:
Daniel Castellano/ AGP
Sérgio Malucelli, gestor do Londrina, critica o árbitro Felipe Gomes da Silva

O Londrina reclamou de três pênaltis ontem, no Estádio do Café. Nenhum deles existiu.

Primeiro lance. Cruzamento de Germano, bola na mão de Robinho. O jogador do Coritiba encolhe o corpo, traz os braços para junto ao corpo. Bola na mão.

Segundo lance. Cruzamento de Diogo Roque, Rafinha chega no carrinho para desarmar e a bola bate em seu braço direito. Os braços de Rafinha seguem no movimento natural do carrinho, não há um desvio de rota para bloquear a passagem da bola. Outra bola na mão.

Terceiro lance. Chute de Germano, bola no peito de Pereira. O melhor ângulo da transmissão da RPC mostra claramente a bola carimbando o escudo do Coxa.

Dos três lances, o primeiro é o mais fácil e primário. O segundo, o mais duvidoso. O terceiro é traiçoeiro. À primeira vista, achei pênalti. Só fui perceber o contrário lá pelo milésimo replay. O árbitro, frise-se, estava muito bem posicionado, de frente para o lance.

Para finalizar, reproduzo o que diz o livro de regras válido para o biênio 2012/2013 sobre “Tocar a bola com a mão”. Os grifos são meus.

“Tocar a bola com a mão
Tocar a bola com a mão implica a ação deliberada de um jogador fazer contato na bola com as mãos ou os braços. O árbitro deverá considerar as seguintes circunstâncias:

o movimento da mão em direção à bola (e não da bola em direção à mão);

a distância entre o adversário e a bola (bola que chega de forma inesperada);

a posição da mão não pressupõe necessariamente uma infração;

• tocar a bola com um objeto segurado com a mão (roupa, caneleira etc.) constitui uma infração;

• atingir a bola com um objeto arremessado (chuteira, caneleira etc.) constitui uma infração.”

Isso é o que tenho a dizer sobre a arbitragem de ontem. Abri o post com esse tema para satisfazer quem prefere debatê-lo. Para quem quer saber do jogo, segue o post…

Era esperado que o Londrina tomasse a iniciativa do jogo e o Coritiba ficasse mais na espera. Isso aconteceu, mas em uma medida perigosa para o Coxa. O time sofreu novamente com a saída de bola e permitiu que o LEC conduzisse o jogo. Correu riscos, sim. Mas não em excesso. O Tubarão tinha a bola, mas chance clara de gol mesmo criou pouco. A bola na trave no início, o tiro de longe de Bruno, a bola de Maicon defendida por Vanderlei e não muito mais do que isso. No segundo tempo, após o gol, o Londrina conseguiu retomar rapidamente o controle do jogo, mas novamente esbarrou no baixo poder de finalização, um paradoxo para o time que mais fez gols e que não havia passado um jogo sequer em branco.

Vanderlei e Leandro Almeida foram os maiores destaque do Coritiba. Alex apareceu pouco, mas foi decisivo. Rafinha era o escape dos contra-ataques. Chico foi primoroso na marcação — melhor que Willian. Eltinho voltou bem, ofuscou Patric. Júlio César ficou devendo.

Do lado do Londrina, Germano, Wéverton e Maicon foram os grandes nomes. Celsinho decepcionou — e ainda protagonizou a ridícula cena de tapar os ouvidos para as vaias da torcida ao ser substituído. Diogo Roque teve mais liberdade do que seu futebol pode aproveitar. Neílson pegou pouco na bola, mas quase fez o gol no comecinho.

O Coritiba mereceu vencer o turno porque tem o elenco mais forte, mas ainda precisa apresentar mais como time. E não digo dentro do Paranaense — esse futebol basta para vencer o returno também. Para fazer um bom Brasileiro, o time precisa evoluir mais: ajustar a defesa e ter mais posse de bola no meio.

O Londrina teve um momento de baixa no primeiro turno, após a derrota para o Paraná, e se reergueu. Terá de repetir isso agora. É um dos melhores times do campeonato, tem plenas condições de brigar pelo título do returno. Precisa ressuscitar Celsinho, que veio definhando nas últimas rodadas, e contar com o apoio da torcida, que foi espetacular ontem, mas tem de estar presente em bom número o tempo todo.

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