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Marquinhos Santos completou, contra o Grêmio, dez jogos à frente do Coritiba. São seis vitórias, dois empates e duas derrotas. O aproveitamento de 66,7%, inferior apenas ao do líder Fluminense, bastou para livrar o Coxa do rebaixamento. Para chegar lá, Marquinhos percorreu rapidamente um caminho longo, que envolve decisões de vestiário e também de dentro de campo. Segue o serviço…

Vestiário domado
Marquinhos Santos tem 33 anos. É a mesma idade de Lincoln e Pereira, os jogadores mais experientes do elenco. Além da juventude, pesava contra ele nunca ter sido jogador nem ter treinado uma equipe profissional. O próprio Marquinhos tem a percepção de que se não trouxesse o grupo para o seu lado nem demonstrasse conhecimento, seria engolido pelo vestiário. Reforçou a importância dos veteranos (Lincoln é o capitão) e, com o auxílio de Tcheco, comprovou sua capacidade de dirigir o time.

Cada um na sua
Com Marcelo Oliveira eram comuns as improvisações. Na falta de um 9 típico, Roberto, Everton Costa e Anderson Aquino jogaram no setor; Chico foi volante e lateral-esquerdo; Gil foi um lateral e algo entre as posições de segundo volante e armador. Essa prática acabava reduzindo o grupo efetivamente usado, algo que mudou com Marquinhos. Deivid não joga? As opções são Marcel e Alex Santos. Roberto e Aquino são atacantes de lado de campo. Faltou zagueiro? Joga Cleiton, que é da posição, ao invés de alguma solução improvisada. O elenco útil aumentou e os garotos da base passaram a ter mais espaço.

Aposta na piazada
Marquinhos acelerou a transição da garotada da base para o profissional. Com Marcelo Oliveira, as oportunidades no Brasileiro vinha sendo raras e descontinuadas. Thiago Primão, por exemplo, foi titular contra o Bahia, em Pituaçu, saiu no intervalo e nem sequer foi usado na partida seguinte, contra o Náutico. Com Marquinhos, Dênis e Luccas Claro viraram titulares. Primão ganhou espaço, mas acabou sofrendo uma lesão de joelho. Denner e Zé Rafael devem, nas próximas semanas, ser integrados ao profissional.

Redescobrindo Gil
Em entrevista no estúdio da 98 FM, um dia após a goleada por 4 a 0 sobre o Cruzeiro, Marcelo Oliveira definiu Gil como um jogador que não era nem volante nem meia. Sua utilização era restrita a quando o time jogava com três volantes e ele fazia o papel de marcador pelo lado direito. Com Marquinhos, Gil virou segundo volante. O time manteve bom poder de marcação e ganhou saída de jogo. Gil não é um lançador como Léo Gago, mas sua boa condução de bola serve como desafogo defensivo e início de boas jogadas de ataque. Além disso, Gil tem aparecido como elemento surpresa no ataque – deu cinco assistências nestas dez partidas (valeu pela correção, Rafael!).

Mentalidade ofensiva
O Coritiba resgatou uma das marcas dos seus melhores momentos com Marcelo Oliveira: a ofensividade. Dentro do Couto Pereira, o time tem sido agressivo, partindo para cima do adversário. Fora, criou chances suficientes para vencer todas as partidas — ganhou de Atlético Goianiense e Palmeiras.

Evolução defensiva
Com Marcelo Oliveira, o Coritiba somou 16,7% de 36 pontos disputados como visitante. Com Marquinhos Santos, o rendimento em quatro partidas .e de 58,3%. A diferença passa pela melhora defensiva da equipe. Os apagões que determinaram várias derrotas, como em partidas contra Portuguesa, Flamengo e Figueirense, ficaram para trás. Contra Palmeiras e Grêmio, o time conseguiu passar a maior parte do tempo se defendendo e ainda assim permitir poucas chances claras de gol para o adversário. A média de gols sofridos despencou de 1,9 (com Marcelo Oliveira) para 0,7 (com Marquinhos Santos).

Deivid
Marquinhos herdou a melhor contratação do Coritiba na temporada, pedida exaustivamente por Marcelo Oliveira. Deivid estreou junto com o novo treinador. Só não fez gol nessa partida, contra o Flamengo. Depois, um gol em cada um dos seus jogos. Contra Atlético Goianiense, Ponte Preta, Palmeiras, Bahia e Náutico os gols do camisa 9 decidiram o jogo. Fora de campo, Deivid rapidamente se tornou um dos líderes do elenco. Contra a Ponte Preta, mesmo com a vitória, o atacante cobrou duramente os companheiros no vestiário pelo recuo que quase custou o empate da Macaca.

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