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A saída de Adilson Batista era inevitável após a derrota para o Bahia. Não há discurso de “vai melhorar” que suporte a 1 ponto ganho em 18 possíveis.

Ser demitido ou pedir demissão faz apenas diferença para Adilson, que, pedindo para sair, mancha um pouco menos o seu currículo, agora com o terceiro fracasso consecutivo. É justo dizer que Adilson pegou um elenco em formação, totalmente bagunçado. Mas isso não apaga os erros do treinador, mais notadamente a insistência com três volantes, a escalação de Guerrón como único atacante e a desesperada formação com três zagueiros usada contra o Bahia.

Para o Atlético, a necessidade imediata é buscar um técnico capaz de dar um choque imediato no time e, ao mesmo tempo, iniciar um bom trabalho a médio prazo. Cuca é o nome que vem imediatamente à cabeça.

Todos os times que ele assume crescem de produção imediatamente e todos acabam se notabilizando pelo futebol bem jogado, com a bola no pé, a busca pelo gol e uma defesa eficiente. O problema é lidar com as instabilidades emocionais de Cuca, que o levam para baixo e arrastam o time junto para o buraco. É notório que o Cruzeiro perdeu o rumo depois da eliminação da Libertadores, coroada pela estúpida cotovelada de Cuca em Rentería. Para completar, Cuca é sabidamente atleticano, teria a simpatia imediata da torcida.

O novo treinador – seja Cuca ou qualquer outro – terá de lidar com um grupo que claramente joga no piloto automático. O Atlético hoje é um time que não vibra e não sente. Do primeiro ao último minuto, o Atlético foi linear contra o Bahia: passes para o lado, finalizações sem direção, erros de posicionamento, braços erguidos para reclamar de posicionamentos inexistentes.

Por isso a declaração de Kleberson na saída do gramado da Arena, ainda antes de Adilson pedir demissão, é involuntariamente emblemática. Após soltar uma série de clichês, o Xaropinho falou: “Vamos manter a cabeça para baixo”. O ato falho é compreensível: desde o início do ano, o time rubro-negro mantém a cabeça para baixo, em busca de um buraco para se esconder, ao invés de assumir a responsabilidade de vencer jogos.

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Na tentativa de contratar Paulo Roberto Falcão, o Atlético prometeu três reforços de primeiro nível. Se prometeu era porque há dinheiro para isso. Santiago Garcia é um jogador que corresponde ao rótulo “reforço de primeiro nível”. Se os dois não chegarem urgentemente, técnico nenhum dará jeito no Atlético.

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No Cruzeiro, Adilson fez bom trabalho, mas nunca conseguia dar o passo decisivo para ganhar um grande título. No Corinthians e no Santos, foi demitido. No Atlético pediu demissão. A carreira de Adilson rola montanha abaixo. É hora de o técnico parar um pouco, dar uma sumida no Japão ou no Oriente Médio para limpar sua imagem, como fez quando viu que ficava com rótulo de técnico antirrebaixamento, e retomar a carreira.

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