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Associação Profissional de Árbitros saiu em defesa de Héber Roberto Lopes nesta quinta-feira

A semana nem bem começou e está criada a primeira polêmica do clássico: a indicação por sorteio de Héber Roberto Lopes para apitar o Atletiba de sábado. Como já era de se esperar, a gritaria da torcida atleticana (ainda não vi nada de gente do clube) é grande, com base em erros passados de Héber contra o Atlético.

Não vou entrar no mérito de Héber-prejudica-o-Atlético-Héber-não-prejudica-o-Atlético. Erros de arbitragem acontecem aos montes, mas há uma distância enorme entre erros de arbitragem e erros premeditados para prejudicar um clube ou beneficiar outro. Eu não tenho como comprovar que qualquer árbitro beneficia ou prejudica deliberadamente esse ou aquele clube. Quem tiver, agradeço se puder enviar provas consistentes e irrefutáveis de “gaveta” (é só avisar nos comentários que eu passo meu e-mail, o sigilo é garantido).

O que dá para dizer é que esse é um estresse que poderia ser perfeitamente evitado. Se a escalação de Héber causa uma repulsa gigantesca no Atlético, o clube que deixasse claro à CBF que não quer ele nos seus jogos. Se isso é feito e não é respeitado, é obrigação da Comissão de Arbitragem se explicar. Se o Atlético não fez nenhum pedido formal de restrição, então que explique aos seus torcedores por que considera que não há elementos que justifiquem um veto ao Héber. Se for se basear unicamente em relação de torcida, não vai sobrar um árbitro sequer para apitar jogo algum.

Para os treinadores e jogadores, cabe se manter imune a toda essa agitação de bastidor. Entrar previamente irritado com a arbitragem só será ruim para o Atlético. Da mesma forma que será ruim para o Coritiba entrar achando que basta cair na área ou rolar teatralmente pelo gramado para arrumar um pênalti ou uma expulsão.

Particularmente, lembro de um Atletiba em especial apitado pelo Héber. Na primeira fase do Paranaense de 2001, 2 a 0 para o Coxa, no Couto Pereira. O jogo foi caótico, teve cinco expulsões – três do Atlético, duas do Coritiba. Na época eu era faz-tudo da Rádio Clube e fui escalado para ser o repórter itinerante do clássico, junto com o Nícolas França, hoje editor-assistente de Esportes da Gazeta. Enquanto o Nícolas cobria o quebra-pau entre a torcida do Atlético e a polícia na arquibancada, dei plantão na porta do vestiário da arbitragem até o Héber resolver dar entrevista. Após um bom tempo ele me deixou entrar e, diante da minha pergunta sobre a expulsão direta do lateral esquerdo Fabiano, no primeiro tempo, deu uma resposta extremamente franca: “Quando você saca a arma, não dá para guardar de novo. Tem que atirar”. Ficou claro para quem estava ouvindo que Héber tinha puxado o cartão errado do bolso.

Depois daquele jogo o Héber melhorou muito, virou árbitro de ponta e apitou vários Atletibas. Teve atuações irretocáveis em alguns deles, cometeu erros em outros. Erros que, até que alguém realmente prove o contrário, não passam de erros.

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