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Levar gol no primeiro minuto de jogo desmonta qualquer estratégia combinada no vestiário. Obriga o time a adaptar seus planos imediatamente tendo uma partida inteira pela frente, agora em desvantagem no placar. Mas levar gol no primeiro minuto também denota desatenção, denuncia que o time não entrou em campo na voltagem necessária.

O gol do Goiás no primeiro minuto desmontou pela segunda vez a estratégia de Guilherme Macuglia. O primeiro desmanche havia sido provocado pelo veto médico a Amarildo, que fez o treinador trocar o 3-5-2 ensaiado na meia semana de trabalho pelo 4-3-2-1 deixado de herança por Roberto Fonseca. O precoce 1 a 0 completou o estrago, auxiliado pela moleza de Everton Garroni na marcação de Felipe Amorim e pela desatenção de Lima, que não percebeu a entrada de Douglas na diagonal.

Na prática, a estreia de Macuglia à frente do Paraná começou ali: derrota por 1 a 0 em casa, com um time sem a atenção que o jogo exigia, sem os três zagueiros pretendidos por ele e obrigado a recorrer ao espólio do antecessor. Sem falar na rejeição da torcida, as bravatas do Paulão, os resultados ruins, a instabilidade financeira…

Se o time de Fonseca era o que Macuglia tinha à mão, então foi com as armas de Fonseca que ele buscou o empate. Ou melhor, a arma. O Paraná apelou ao chuveirinho mais do que em qualquer outra partida da Série B. Marquinhos e Lima cruzavam de onde houvesse espaço.

A outra arma do Paraná de Fonseca (prometo não mencioná-lo mais daqui pra frente) era a bola enfiada por Wellington. Mas Wellington está fora. E o Paraná não tem outro armador. Um problema crônico.

Macuglia tentou adaptar Dinelson à função. Pode até ser o caminho para Dinelson, depois de tantas lesões, voltar a jogar bem. Mas isso só vai dar certo quando ele perceber que para jogar na armação precisa passar menos tempo com a bola. Hoje, ele teve a mobilidade e a posição em campo de um armador com o tempo de posse de bola de um driblador. Impossível dar certo. Como também parece ser impossível Jefferson Maranhão voltar a dar certo com a camisa tricolor.

Sem outra opção, Macuglia reforçou o cruzamento na área. Pôs em campo Henrique sem tirar Lima. Depois colocou Lisa sem tirar Marquinhos. Manteve um time com quatro laterais. E logo pôs um segundo centroavante, com a troca de Dinelson por Giancarlo.

A insistência no chuveirinho (a única arma do Paraná para ameaçar o Goiás) foi recompensada pelo gol de Giancarlo. O jogou começou com um time desatento, com o sistema tático modificado por um veto médico, vazado no primeiro minuto e que se viu obrigado a requentar uma estratégia desgastada para buscar a reação. Terminou com quatro laterais, dois centroavantes e um gol salvador que saiu da única maneira possível. O 1 a 1 caiu do céu, junto com o empate do Americana com o São Caetano. A distância para a zona de rebaixamento pulou de perigosos quatro pontos para confortáveis sete pontos.

Macuglia não escalou o time que queria e fez modificações de eficácia duvidosa. Lembrou o burro com sorte dos seus momentos mais críticos no comando do Coritiba, em 2007. Serviu para evitar uma derrota catastrófica. Mas não está nem perto de ser o suficiente para garantir ao Tricolor um final tranquilo de Série B.

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