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Como alguns questionaram no post abaixo o merchan na comemoração de gol do Anderson Aquino, explico e trago mais detalhes sobre a história.

Anderson Aquino comemorou o gol em três partes. Saiu correndo em direção a Everton Costa, fez um “L” com a mão direita e deu uma paradinha com uma das pernas levantadas (é a última imagem do vídeo postado logo abaixo).

Assim que acabou o jogo, o Robson De Lazzari, repórter que trabalhava no jogo, perguntou sobre a estranha e longa comemoração. O Anderson respondeu que o “L” era para a Lucia, tia dele, que estava na arquibancada, repetiu a tal pose com uma das pernas levantadas e disse que era para o Capitão, um amigo que ele acabou de conhecer.

Logo depois, pulou no meu Tweet Deck a tuitada reproduzida abaixo, escrita pelo Cláudio Stringari, grande jornalista, dono da agência Central Press, craque de bola e filho do Cláudio Marques, jogador com mais títulos na história do Coritiba.


Joguei o Captain Morgan no Google, vi que se tratava de uma marca de rum e confirmei com o Claudinho se a história era essa mesma. Dá-lhe Print Screen!


Enfim, confirmei a história e por isso mencionei aqui no blog e na coluna da Gazeta do Povo impressa. Como alguns de vocês ficaram em dúvida, passei a mão no telefone e perguntei para o Claudinho mais detalhes.

Basicamente, é o seguinte. A Captain Morgan é uma marca famosa de rum nos Estados Unidos (nunca bebi, rum não é muito a minha praia). Tão famosa que tem uma ação similar no futebol americano. Mantém contrato com alguns caras, que fazem a tal pose do capitão ao marcar um touchdown em troca de um bônus.

A marca está chegando ao Brasil, com a comercialização iniciando em Curitiba. A primeira ação ligada ao futebol ocorreu no Atletiba que decidiu o Paranaense, com Marcos Aurélio e Paulo Baier posando com um cidadão vestido de pirata dentro do campo.

A etapa seguinte foi firmar contrato com jogadores da dupla Atletiba, três de cada time – Anderson Aquino, Leandro Donizete e Marcos Aurélio; Branquinho, Manoel e Paulo Baier. A cada gol marcado eles fazem a pose e recebem um bônus. Anderson Aquino foi o primeiro e, enquanto o contrato estiver em vigor, sempre que um destes jogadores fizer gol repetirá a mesma pose.

Não tenho informação sobre quanto os boleiros estão recebendo.

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Informações expostas, agora vou reforçar minha opinião. Esse tipo de ação não é nova. Romário e outros jogadores da seleção de 94 faziam para a Brahma, correndo com o indicador levantado em direção à placa da cervejaria. Neymar fez recentemente pelo Santos, na Libertadores, ao festejar um gol contra o Colo-Colo com uma máscara dele mesmo feita pela Nextel.

Respeito todos os envolvidos, mas sou contra. Sou contra por uma questão purista, de profanar ainda mais o momento mais especial do futebol – algo, diga-se, que alguns veículos de comunicação já estimulam, com dancinhas, musiquinhas e o xarope do João Sorrisão. Sou contra por uma questão comercial. O jogador é pago graças aos patrocinadores do clube, que ficam em segundo plano numa situação como essa. Embora, é bom que se diga, o Anderson Aquino até foi discreto no merchan.

Mas no fim é exatamente como aquelas camisetas patrocinadas que o Alex Mineiro exibia no Atlético de 2001. No momento em que a câmera fechava na camisa do clube para mostrar a comemoração, Alex exibia a marca da loja do amigo dele que tinha dado um desconto camarada na instalação do som do carro dele. Não dá.

Como disse no post abaixo, acho que a Justiça Desportiva deveria punir esse tipo de atitude. Seja do clube que for, seja o jogador que for.

No caso dos clubes, cada um sabe o que faz. Se Coritiba e Atlético concordam com esse tipo de ação dos seus jogadores, que estejam cientes dos benefícios e prejuízos embutidos.

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