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Na opinião de Petraglia, somente o Estádio Couto Pereira pode atender a demanda de sócios do Atlético

Há exatamente um mês, Mario Celso Petraglia reassumiu a presidência do Atlético. O tempo é curto demais para se cobrar qualquer resultado, mas já é suficiente para uma constatação: as dificuldades são maiores do que se poderia prever. Talvez nem o próprio Petraglia imaginasse um reinício tão duro.

As primeiras adversidades apareceram na escolha do treinador. JR Carrasco foi contratado por exclusão, como indicou o discurso de Dagoberto dos Santos. Diante de um mercado nacional inflacionado, a alternativa foi buscar um treinador na vizinhança.

O cenário se estende à busca por reforços. Do pouco que se sabe de contratações na Baixada, Martin Ligüera está em vias de trocar o Unión Española pelo Rubro-Negro e o interesse do clube em Róger, do Kashiwa Reysol, causou mal-estar com o Guarani. A conseqüência é que o time a estrear no Estadual será o deixado de herança por Marcos Malucelli e tudo que há de bom e ruim nisso.

Mas nenhum outro problema se equivale ao da procura por um lugar para jogar. Uma indefinição que remete à peregrinação diária do Atlético em busca de um local de treinamento, no início dos anos 90. E o curioso é que, ao contrário do treinador ou do elenco, o estádio substituto poderia ter sido negociado por Petraglia no ano passado.

Desde a vitória de sua proposta no Conselho Deliberativo, em meados de 2011, MCP chefia a operação Copa dentro do clube. Poderia ter ido a Jair Cirino e Aramis Tissot; Vilson Ribeiro de Andrade e Rubens Bohlen. Teve a chance de negociar o empréstimo do Couto Pereira ou da Vila Capanema antes de o assunto entrar na mira dos torcedores e da imprensa.

A lógica indicava que o Atlético passasse a quarentena da Arena no Couto Pereira, estádio que comporta a quantidade de sócios rubro-negros – mesmo que não se abra as sociais superiores. A demora deixou a negociação sujeita à pressão dos fãs mais fundamentalistas, avessos a qualquer ato que sugira uma ajuda ao rival. A intervenção desastrada da FPF só fez inviabilizar qualquer possibilidade de conversa.

Com o Paraná, o Atlético estragou a conversa por conta própria. Demorou a buscar a diretoria rival, dando o recado de que não precisava da Vila Capanema. Só foi cogitar a possibilidade de atravessar a Engenheiros Rebouças quando o negócio com o Coritiba azedou. Aí, entregou ao Tricolor o controle da situação em um momento em que não há muito tempo para pensar em alternativas – e com o agravante de a Federação, escolada pelo revés no episódio do Couto Pereira, ter de pensar duas vezes antes de voltar a intervir.

Ninguém esperava que o Atlético, de volta à Série B após 17 anos, tivesse vida fácil em 2012. Mesmo as promessas otimistas durante a campanha exigiam um tempo para se tornar realidade. Mas esta realidade tem sido mais dura que se imaginava. Petraglia precisará de uma dose extra de habilidade – e, em alguns casos, humildade – para erguer o gigante rubro-negro. O tempo dirá se ele estava pronto para este cenário ou se fez a devida correção de rota.

Estaremos todos à espera. Menos Luiza, que está no Canadá.

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