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Para fincar de vez o pé no futebol local, uma passada por aquilo que rolou de importante em Coritiba, Atlético e Paraná nesses 20 e poucos dias de Copa das Confederações.

 

Deivid com direito de imagem atrasado

Quem me acompanha no blog e na coluna sabe que sempre fico a favor do boleiro em casos de atraso de pagamento. Se o clube assumiu determinado compromisso, tem de cumprir. Simples assim. Ok, pode ser que o Coritiba tenha feito alguma previsão de orçamento que não se confirmou. Acontece. Mas não deveria. Atenua. Mas não resolve. Explica. Mas não justifica.

 

E antes que alguém pergunte, não acredito em um Deivid se empenhando menos porque não recebeu tudo que lhe foi prometido. Acredito, sim, em um Deivid trocando o Coritiba por um clube que lhe dê maior projeção, mesmo que seja para não receber em dia. Não receber por não receber, tem jogadores que preferem que isso aconteça em um time com mais mídia.

 

O pior de tudo para o Coritiba é o boca a boca. Boleiro fala com boleiro e certamente Deivid fez circular a história do atraso muito antes de seu empresário contar tudo para a imprensa. Deivid foi atraído pelo Coritiba muito pela promessa de pagamento em dia. Se isso não se cumpre, outros jogadores do porte dele vão pensar várias vezes em trocar um centro maior pelo Coxa.

 

Rafinha vai para o Oriente Médio

Do ponto de vista técnico, é ruim para todo mundo. Rafinha vai para um futebol mais fraco. O Coritiba perde um jogador sem reposição no elenco.

 

Mas algumas coisas no futebol não se resolvem pelo aspecto técnico. Rafinha tem 30 anos. Não há mercado para ele na Europa. Mesmo em centros maiores do Brasil sua entrada é complicada. O Oriente Médio é o caminho único para garantir a ele a tão falada independência financeira. Não dá para condenar o cara, que deixa uma bela e vitoriosa história no Coxa.

 

Para o Coritiba, o dinheiro da venda traz um necessário fôlego financeiro. Sob o aspecto técnico, o buraco é mais embaixo. Everton Costa, Geraldo, Anderson Aquino, Zé Rafael, Rafael Silva e Bartola podem jogar pelo setor de Rafinha. Os três primeiros são mais fracos tecnicamente. Os três últimos ainda precisam de quilometragem. Em qualquer caso, há perda e necessidade de adaptação.

 

Ingresso avulso para jogos do Atlético

O que poderia ser uma boa notícia – a venda de ingressos avulsos para os jogos do Atlético -, na verdade se mostra uma cilada. Há vários pontos na nova setorização da Vila e nos seus preços que tornam ir ao estádio ver o Furacão um programa de índio.

 

1) Os preços cobrados são caros demais diante do conforto oferecido. Ou, da falta de conforto;

2) Cobrar 50 reais para o sócio sentar no setor coberto é um desrespeito. É o mesmo sócio que, mesmo com o Atlético jogando no acanhado e improvisado Ecoestádio, manteve sua mensalidade em dia. É o mesmo sócio que paga valor de Arena para ver jogos nas Vila Capanema. O momento é de sacrifício? Sem dúvida. Mas tirar mais dinheiro ainda de quem se manteve ao lado do clube mesmo nesse período de exceção e pedir para que essa fidelidade seja rompida;

3) Mais uma pergunta do que uma constatação: entre a adesão estimada e recorrer novamente ao bolso de quem já é sócio, o Atlético não pensou em nenhuma outra alternativa de receita?

4) Mesmo o mais fiel um dia cansa de esperar pela terra prometida que nunca chega.

 

O Paraná vai às compras

Foi o clube que mais investiu nessa parada de Copa das Confederações. Trouxe Edimar, Moacir e Felipe Amorim.

 

Edimar é um zagueiro-zagueiro, alto e de capacidade técnica limitada. Curioso que Dado Cavalcanti gosta de jogadores talentosos e modernos do meio pra frente, mas é extremamente conservador na zaga. Alex Alves perde mais espaço. Era opção imediata para a saída de qualquer zagueiro, agora dividirá até esse espaço.

 

Moacir joga de volante e lateral, mas vem prioritariamente como volante. Isso significa que Gilson foi definitivamente reprovado. Afinal, é um volante de ofício que perdeu espaço para dois laterais – o outro é Edson Sitta.

 

A contratação que mais chama atenção é a de Felipe Amorim. Primeiro por ser um jogador que facilmente teria mercado na Série A; chegou a ser oferecido ao Coritiba esse ano. Segundo porque não é exatamente o tipo de atacante que o Paraná precisa.

 

O Tricolor carece mais de um definidor. Felipe é jogador de lado de campo. Isso indica três possibilidades:

1) O Paraná ainda está garimpando o mercado;

2) O clube acredita piamente na volta de Reinaldo;

3) Dado Cavalcanti aposta que, com uma boa gama de peças ofensivas, criará um número tal de oportunidades que o gol sairá naturalmente – e um basta, pois a defesa dá conta lá atrás.

 

Quanto à primeira hipótese, só resta esperar. As outras duas são temerárias. Reinaldo não é fisicamente confiável e a Série B tem várias partidas em que surgem poucas chances ou em que só mesmo um brocador é capaz de furar o bloqueio inimigo. Resumindo: o Paraná ainda precisa de outro 9.

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