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Vista do Maracanã horas antes da final. (Albari Rosa/ Gazeta do Povo)
Vista do Maracanã horas antes da final. (Albari Rosa/ Gazeta do Povo)| Foto:
Vista do Maracanã horas antes da final. (Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

Vista do Maracanã horas antes da final. (Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

Como os amigos internautas perceberam, o diário da Copa das Confederações morreu no dia 4. A pauleira da cobertura a partir de Brasil x México quebrou a periodicidade do diário e quando havia tempo para retomá-lo, já não fazia mais sentido. Então, faço um balanço breve do torneio e à tarde retomo o pão nosso de cada dia, o futebol de clubes. Vamos lá…

 

 

Top 10

10. Óscar Tabárez

O Maestro justifica o apelido a cada entrevista. Com aulas de futebol e sociologia em todas as respostas, é a explicação viva do renascimento do futebol celeste.

 

9. Primeiros 45 minutos da Espanha

Nunca tinha visto no estádio uma equipe dominar outra como vi a Espanha no primeiro tempo contra o Uruguai. O tiki-taka em sua melhor forma. Parecia que a Roja ia sobrar no torneio do início ao fim.

 

8. Taiti

Imagine o seu time de pelada chamar um profissional e jogar contra dois campeões mundiais e no estádio mais místico do futebol. Foi o que aconteceu com o Taiti na Copa das Confederações. Uma das grandes histórias do torneio, que terminou com o técnico cumprimentando um a um todos os jornalistas da sala de imprensa.

 

7. Brasil x Espanha

O jogo perfeito da seleção brasileira. Empurrado pela torcida, impôs seu abafa inicial sobre os campeões mundiais e dominou o jogo do início ao fim. Será difícil vencer os donos da casa na Copa do ano que vem.

 

6. Ines Sainz e Shakira

Inés Sainz, repórter mexicana. (Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

Inés Sainz, repórter mexicana. (Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

Nem parece, mas a repórter mexicana já passa dos 40 anos e tem quatro filhos. Atração em todas as salas de imprensa e beira de gramado. A colombiana foi corada pelos torcedores a musa do torneio. No Castelão, bastou aparecer no telão para ouvir-se o coro “Shakira gostosa!” — seguido de uma onda de beliscões nos braços do macharedo. No Maracanã, Piqué expulso e o povo soltou “Shakira! Shakira!”.

 

5. Famílias nos estádios

Casais, pais e filhos, avós e netos, irmãos… Um público diferente, pouco visto em estádios de futebol, assistiu in loco à Copa das Confederações. E se comportou muito bem, desfrutando da oportunidade de ver grandes craques mundiais em ação e empurrando o Brasil com ânimo de barra argentina.

 

4. Espanha x Itália

O grande jogo da competição. Uma aula tática da Itália, contra uma Espanha que não teve constrangimento em trocar o tiki-taka pelo chuveirinho. Bolas na trave, tensão permanente, esgotamento físico, prorrogação, pênaltis… Só não foi perfeito porque faltou gol nos 90 minutos.

 

3. Cerveja

Jogo de futebol no estádio combina com cerveja. Tudo sendo feito direito, dá para o torcedor beber sem que isso vire foco de confusão. Foi assim na Copa das Confederações, até porque o preço salgado impedia bebedeiras mais ferozes.

 

2. Hino Nacional

O hino cantado à capela na final por torcedores e jogadores a plenos pulmões foi espetacular e intimidatório. Fez a Marselhesa parecer canção de ninar.

 

1. Povo nas ruas

A gastança para a Copa foi o vetor de um dos momentos mais impressionantes da história brasileira. Milhares de pessoas nas ruas, protestando contra tudo que há de errado no país — inclusive contra a violência de quem estava lá só pela baderna. Se o legado da Copa for um povo mais aguerrido, menos acomodado, valeu a pena.

 

Top -10

-1. Sala de imprensa do PV

Imagine uma centena de pessoas munidas de laptops, microfones e câmeras confinada em uma sala de 20 metros quadrados. Essas eram as entrevistas coletivas da Itália no PV, em Fortaleza, em uma demonstração de que, fora os estádios, não havia estrutura suficiente para o torneio.

 

-2. Fila de ingresso

Os torcedores sofreram para retirar seus ingressos em várias sedes. No Recife, a espera era menor para quem chegava direto no centro de distribuição do que para quem tinha feito o agendamento — para esses, a espera superava as duas horas. Até a Fifa se surpreendeu com a demora na retirada para os jogos eliminatórios.

 

-3. Sara Carbonero

A senhora Casillas é muito mais bonita pela TV do que ao vivo. E acima de tudo marrenta. Reclamou do assédio de fãs ao goleiro no restaurante em que eles foram jantar em Fortaleza; Reclamou de não ter um camarote na balada que eles pegaram em Fortaleza. Reclamou de Cavani não ter feito gol no Taiti — jogo em que ele ficou no banco o tempo todo.

 

-4. Guerrinha Espanha x Brasil

A grande chatice do torneio. Espanhóis (jornalistas inclusive) tomando como questão pessoal as notícias de balada dos jogadores da Roja, brasileiros (jornalistas inclusive) entrando no espírito nós contra eles. E vai assim até a Copa.

 

-5. Recife

A buraqueira da BR-101, caminho para o CT do Sport Recife.

A buraqueira da BR-101, caminho para o CT do Sport Recife.

“Da lama ao caos”, de Chico Science, é a trilha perfeita para a sede pernambucana. Tudo era longe – estádio dos CTs, CTs dos hotéis, hotéis do estádio. Trechos a serem percorridos por rodovias esburacadas ou uma estradinha de terra (ou melhor, lama). Imobilidade urbana total.

 

-6. Assento fantasma

No Recife, torcedores pagaram caro por assentos que simplesmente não existiam no estádio. Os assentos-fantasma causaram muito transtorno no Espanha x Uruguai. Felizmente todo mundo foi acomodado e o problema, corrigido. Estádios que ficarem prontos em cima da hora para a Copa correm risco de repetir o problema.

 

-7. Preços

Cachorro quente a 12 mangos, cerveja a 8 dilmas, refrigerante a 6 pilas, almoço da sala de imprensa por 30 jeripocas mansas de gaiola, Fuleco por uma centena de reais. Não é fácil – nem barato – comer nos estádios padrão Fifa. Se a comida ainda fosse boa…

 

-8. Spray de pimenta + gás lacrimogênio + bala de borracha

Mais cedo ou mais tarde, eles entrariam em cena nas manifestações. E à parte a baderna promovida por alguns, era muita clara a ordem aos policiais de manter os manifestantes o mais longe possível dos estádios em dias de jogos.

 

-9. Mundinho da Fifa

Blatter falando em fair play para dar um pito no torcedor que vaiou a Dilma. Assessor pedindo que não fossem feitas perguntas de cunho político. Jérôme Valcke dizendo que a Fifa não tem nada a ver com as manifestações. O mundo paralelo da Fifa deu as caras como nunca na Copa das Confederações.

 

-10. Estádios sem miscigenação

Uma das marcas das novas arenas. O Brasil predominantemente negro teve estádios quase inteiramente brancos na Copa das Confederações. Culpa da política de ingressos, mas também da indissociável relação entre distribuição de renda, classe social e cor da pele que existe desde sempre no País. As arenas só vieram jogar isso na nossa cara.

 

Padrão Fifa

O Maracanã deu aula de acesso ao estádio. Com metrô do lado, um mar contínuo de torcedores atravessava a ponte que ligava a estação ao Maraca. Já perto das entradas, orientadores em cadeiras de salva-vidas indicavam o portão adequado e até a fila que estava andando mais rápido.

 

Quero ver na Copa

24 jogos às 13 horas, muitos deles no calor do Nordeste ou no ar seco de Brasília. Condição que irá embaralhar o Mundial. Um crime cometido pela Fifa em nome dos seus interesses.

 

Seleção da Copa das Confederações

Júlio César; Maggio, Sergio Ramos, David Luiz e Chiellini; Busquets, Paulinho, Giaccherini e Iniesta; Neymar e Fred. Técnico: Cesare Prandelli.

 

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