• Carregando...

É estranha a sensação de trabalhar com futebol, olhar para uma escalação e não ter uma ideia clara de como aquele time jogará. Me vi nessa situação quando começou a pipocar no tuíter o Atlético que enfrentaria o Toledo, no 14 de Dezembro. Como ficariam distribuídos Deivid, Alan Bahia e Paulo Otávio? Qual seria o posicionamento exato de Harrison? Pablo sairia da lateral? As dúvidas eram minhas, dos colegas de imprensa e dos torcedores. Como em qualquer coisa que envolva o modo de jogar do Atlético de Carrasco, essas perguntas não têm uma resposta única. Mapear o posicionamento de Paulo Otávio ajuda a clarear um pouco a ciranda tática rubro-negra. Vamos lá? Vem comigo…

Paulo Otávio começou na lateral-esquerda. Simples assim. A posição em que ele sempre jogou no PSTC e na base rubro-negra, mas na qual passou poucos minutos nas vezes em que foi utilizado por JR. Héracles saiu da lateral para o meio-campo, em uma linha de três que tinha Alan Bahia pelo meio e Deivid pela direita. Harrison ficou à frente do trio e atrás de Bruno Mineiro e Edigar Júnio. No fim, nada disso teve influência no primeiro gol, dado de presente pela zaga do Toledo e recebido sem cerimônia alguma por Edigar Júnio, um dos melhores em campo – Zezinho, Manoel e Gabriel Marques (hoje de zagueiro esquerdo, não lateral-direito) foram outros destaques; Ligüera foi mal e Vinícius causava arrepios a cada bola na área.

Essa composição resistiu mais de 30 minutos. Sobreviveu à substituição de Harrison por Ligüera. Uma alteração bem-vinda por causa da nítida irritação de Harrison, que vinha jogando mal, tomou um amarelo injusto e estava pedindo para tomar o vermelho. Harrison não gostou da substituição, ficou gesticulando no banco, não comemorou o segundo gol, comportou-se como o menino que ainda é. Não é motivo pra drama. Carrasco sentiu que o jogador estava sujeito a levar outro cartão e preferiu trocar a correr o risco de ficar com dez antes do intervalo. Simples assim.

Voltando ao Paulo Otávio. Ainda no primeiro tempo a função dele mudou. Deivid saiu machucado para a entrada de Zezinho e o Ninja ficou mais preso na marcação – diga-se, tomando um baile do limitado Gerônimo, que, por ser limitado, cruzava, cruzava, mas nunca acertava a cabeça dos companheiros.

No segundo tempo, Paulo Otávio trocou de posição com Héracles e começou a rodar. Jogou como volante pela esquerda e depois pela direita, em um revezamento com Alan Bahia. Foi avançado para a ponta esquerda quando Bruno Mineiro deu lugar a Renan Foguinho e logo em seguida foi recuado para o meio-campo, onde encerrou a partida como meia pela direita.

Não vejo problema nenhum em jogadores trocarem sistematicamente de posição dentro da partida. É como o futebol funciona já há algum tempo e os atletas precisam estar preparados para isso. O busílis é o time assimilar essa rotatividade e os jogadores conseguirem manter o mesmo nível de desempenho mesmo passando por quatro, cinco posições em 90 minutos. Paulo Otávio se bateu um pouco, mais pela sua limitação técnica do que pelo rodízio em si. No máximo o rodízio evidencia a limitação. Foi o caso do Ninja.

*****

Amanhã escrevo mais detalhadamente das chances de cada um, mas é nítido que o Atlético entrou na briga. Está a dois pontos de Londrina e Coritiba, sendo que pode tirar a vantagem do Coxa no confronto direto e tem por que acreditar na chance de o Operário tirar pontos do Tubarão. E o Atlético não sai mais de Curitiba, outra vantagem, ainda mais com Copa do Brasil no caminho.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]