Pinheirão pra quê?

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Fiquei surpreso por saber que ainda se discute a compra do terreno do Pinheirão dentro do Coritiba. Pensei, sinceramente, que o clube já tivesse superado essa fase quando o Gionédis curou-se daquela febre de associar-se ao Moura para fazer lá o estádio da Copa.

A primeira razão para o Coritiba não precisar do Pinheirão é burocrática. Há débitos com a prefeitura e com o Atlético, fora a possibilidade de a negociação ser travada pelas inúmeras ações movidas contra a Federação. Neste ponto, vale a teoria dos seis graus de separação, aquela de que são necessários no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas no mundo estejam ligadas. No caso, são necessários seis laços de amizade (ou até menos) para que se conheça um credor da FPF.

Outro motivo é que o Coritiba simplesmente não precisa de um estádio padrão Fifa. O custo é absurdamente mais alto e serve apenas para se enquadrar nos parâmetros nada científicos para receber quatro ou cinco jogos de Copa do Mundo.

É possível fazer um ótimo estádio por menos. E é possível fazer esse ótimo estádio no próprio Couto Pereira. O Palmeiras é o melhor exemplo. Pôs o Palestra Itália abaixo e está construindo uma arena nova em um espaço similar ao que o Coxa tem no Alto da Glória.

Exatamente como no Couto Pereira, o estádio do Palmeiras fica em uma região predominantemente residencial, com ruas estreitas em volta, acesso complicado e pouco espaço para crescer – há a sede social para um lado, um shopping para outro. E com a desvantagem extra de a Rua Turiassu virar uma piscina com qualquer chuva de verão. Mesmo assim o Palmeiras conseguiu desenvolver um projeto bacana, alinhado com os conceitos modernos de estádio e sem precisar mudar de endereço.

Quando decidir mexer no seu estádio, o Coritiba deve, em primeiro lugar, esgotar as possibilidades de fazê-lo ali mesmo na Ubaldino do Amaral. Mudar-se para o terreno do Pinheirão é uma megalomania da qual o Coritiba não precisa.

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