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Membros da Fúria Independente invadem a sala de imprensa da Vila Capanema após o anúncio da demissão de Ricardinho

O pedido de demissão de Ricardinho é um autêntico soco no estômago. Seco, inesperado e capaz de deixar o Paraná sem oxigênio.

A rápida evolução do Paraná ao longo dessa temporada foi puxada por Ricardinho. Quando chegou para comendar um grupo de apenas 17 jogadores, ele transferiu para o Tricolor a sua credibilidade, algo que o clube perdeu completamente ao longo dos últimos anos.

Atraiu jogadores que em outras circunstâncias jamais tivessem pisado na Vila Capanema — e nessa cota entra Lúcio Flávio, que topou voltar instigado pela presença de Ricardinho. Montou uma equipe capaz de dar um olé na tabela indecente que a Federação impôs ao Tricolor. É curioso lembrar que o Paraná mais brilhou no momento mais insano da temporada – cumpriu sem sustos a obrigação de vencer a Segundinha e elevou a esperança paranista na Segundona.

A luz que Ricardinho pôs sobre as Vilas quando chegou se apaga com a sua saída. E se for possível isso acontecer, a potencial saída de Alex Brasil só aumenta essa penumbra. O Paraná fica no escuro sem os dois profissionais que o levantaram. Volta a correr risco de dar o abraço da morte em qualquer aventureiro, seja ele técnico, empresário, parceiro, dirigente remunerado ou eleito.

Mesmo que seja compreensível a irritação de Ricardinho com a morosidade para a vinda do prometido atacante, restringir os motivos do pedido de demissão a isso soa a exagero. Ou há mais rusgas que o treinador preferiu não revelar ou a decisão foi precipitada — e, pior de tudo, irreversível, pois agora voltar atrás deixaria pior o que já está péssimo.

O trabalho de Ricardinho, no geral, foi excelente. Ele é a grande revelação como treinador no País em 2012. Isso, porém, não pode encobrir que a realidade paranista sempre foi muito mais a de brigar no meio da tabela do que pelo acesso (escrevi sobre isso hoje na Esportiva impressa). Nem apagar que o treinador cometeu erros nos últimos jogos, como a infrutífera troca de jogadores ofensivos por peças mais defensivas nas partidas fora de casa e a baixa tolerência como jogadores fundamentais como Wellington e Luisinho, contraponto com o cheque em branco para atletas limitados como Arthur e Douglas Packer.

Ao anunciar a saída, Ricardinho disse que fazia isso pelo bem do Paraná. Está errado. O melhor para o Paraná seria treinador e diretoria resolverem os problemas e tocarem o trabalho ao menos até o fim do ano. Do jeito que ficou, nem mesmo a permanência na Série B, até então natural, pode ser garantida com total segurança. Sem a peça-chave do projeto paranista fica impossível prever o futuro próximo do clube.

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A opção menos traumática para dirigir o Paraná é o auxiliar técnico Ednélson. Conhece o elenco, era próximo Ricardinho e tem identificação com o clube. Falta experiência? Ricardinho nem auxiliar havia sido e fez o que fez. Para 2013, uma ótima aposta é Paulo Turra, bom técnico do Cianorte. Ou quem sabe até para este ano, após o Leão encerrar sua campanha na Série D.

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E para completar a noite de horror na Vila, integrantes da Fúria invadiram a sala de imprensa no meio da entrevista coletiva. Sempre fico surpreso como essa gente fica “invisível” e consegue passar sem ser notada por portões e acessos teoricamente restritos em momentos de crise.

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