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Coluna publicada na Esportiva desta terça-feira


Vilson, Reimackler e a faixa da Império

O vídeo da participação de Vilson Ribeiro de Andrade na festa de 35 anos da Império Alviverde, esmiuçado nesta edição pelo repórter Robson Martins, mostra o quão firme é a aliança entre o presidente do Coritiba e a facção. Uma decepção para quem viu em Vilson um feroz combatente da presença parasita das organizadas na vida dos clubes.

No que se refere à organizada, o discurso do dirigente é uma sucessão de pequenas tragédias. Elogiar a lealdade da facção é usar de memória seletiva, pois ignora passagens vexatórias dos últimos anos, como recepção violenta a jogadores no aeroporto e a famigerada invasão do 6 de dezembro de 2009. A censura às vaias dos demais torcedores é risível e dizer que “nós, da diretoria, estaremos sempre com vocês” é assumir um compromisso que, mais cedo ou mais tarde, o dirigente se verá obrigado a renegar.

Historicamente, organizadas apoiam diretorias quando lhes convém. São massas de manobra e parasitas por natureza, precisam apenas que alguém se ofereça a ser seu hospedeiro. A mesma história também indica que essas alianças nunca acabam bem. A diretoria do Coritiba ignorou a primeira parte da lição. Que reveja seus conceitos antes de ser obrigada a engolir a segunda e acabe maculando uma gestão que, até então, vinha se mostrando diferente do que estamos acostumados a ver no futebol.

Acorda, Hélio
Nem bem assumiu a Federação, Hélio Cury articulou a mudança estatutária que limitou a uma o número de reeleições, com uma estratégica carência de um mandato para entrar em vigor. Também aceitou de bom grado a proposta do presidente do Novo Mundo, de dar a ele dois anos de bônus caso a Copa viesse a Curitiba, indecência que a CBF estimulou país afora.
A Copa veio para Curitiba, diga-se, sem o menor mérito de Hélio Cury, figura opaca em todo o processo.

Hélio Cury assinou o regulamento que pariu o supermando, um dos maiores absurdos da história do futebol paranaense. Distribuiu as divisões do Estadual pelo ano de maneira que só serve a empresários, que podem encaixar seus atletas em três equipes diferentes. Para os clubes do interior, segue o deficitário calendário de três ou quatro meses no ano e nada mais.
Hélio Cury mantém, sem arredar o pé, o caráter cartorário da FPF. E na Suburbana, onde acreditava ter sua base, não fez absolutamente nada para barrar a mercantilização que provoca enorme desequilíbrio técnico na competição, além de acabar com a identidade entre clubes e bairros.

Este currículo teve a merecida resposta nas urnas, de onde saíram apenas 2.329 votos para o candidato. Com a porta da Câmara Municipal batida na sua cara, que Hélio volte à Federação, enfim, convencido de que seu trabalho à frente do futebol paranaense é ruim. Ainda há tempo para corrigí-lo e, acima de tudo, tomar a digna atitude de encurtar sua permanência na FPF para um tempo compatível com o combate ao continuísmo que ele tanto pregou quando era um crítico isolado de Onaireves Moura.

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