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Tcheco admitiu que o Coritiba venceu o Toledo mais na vontade

Há tempos o Coritiba não terminava uma partida no Couto Pereira tão criticado como no jogo de ontem, contra o Toledo. Os jogadores foram vaiados, Marcelo Oliveira foi chamado de burro e sobrou também para o superintendente Felipe Ximenes e o presidente Vilson Ribeiro de Andrade, cobrados por alguns torcedores quando deixavam o reservado da diretoria dentro do estádio.

Hoje pela manhã falei com o Vilson. Ele mantém a crença no que foi projetado para o clube nesta temporada, o que significa dizer, por exemplo, que não há a menor chance de Marcelo Oliveira ser demitido neste momento. Irritação apenas com o questionamento sobre o pagamento de salários, pergunta feita por um torcedor do Coritiba, via Twitter, que eu repassei para o presidente do clube. Também falei um pouco com o Ximenes, especificamente sobre o aproveitamento das categorias de base.

Segue o que os dois falaram. Lembrando que, domingo, a Gazeta do Povo publica na versão impressa e (ampliada, com texto e vídeo) no site uma entrevista exclusiva com o Vilson feita com perguntas de torcedores.

Vílson
Vaias da torcida
“Não faço leitura em cima de um jogo só. A partir do momento em que fizer isso, tenho de ir para a arquibancada”

Favoritismo
“Não somos nós que consideramos o Coritiba favorito. A partir de tudo o que conquistamos ano passado – título estadual, maior série de vitórias do futebol mundial, invencibilidade de mais de 40 jogos no Paranaense – criou-se a expectativa de que passaríamos por cima, de que meteríamos 5 a 0 no Toledo. Fizemos uma partida maravilhosa contra o Cianorte, empatamos por 1 a 1 e perdemos o turno por causa disso. O Atlético levou 3 a 0 do Londrina e falaram em ressaca do primeiro turno. Nada! O Londrina deu um banho de bola. Temos de manter a cabeça no lugar e ser racionais”

Expectativa x resultado
“O desempenho até aqui está dentro da normalidade. Poderíamos estar melhor? Poderíamos. Mas estamos sofrendo com muitas contusões – Anderson Aquino, Everton Costa, Djair – e mesmo com todas as dificuldades, somos os líderes do campeonato: temos 28 pontos, Atlético e Cianorte têm 26. Ajustes serão feitos, mas tudo dentro de um planejamento.”

Marcelo Oliveira
“Não existe a menor possibilidade dele sair agora. Ele eventualmente vai errar uma ou outra vez, como qualquer treinador. A opinião da torcida é muito importante, mas não me comove a tomar medidas drásticas”

Avaliação dos reforços
“Alguns estão correspondendo, outros ainda não estão dentro do que imaginávamos”

Substituto para Leonardo
“Estamos avaliando essa situação, a necessidade de trazer alguém para o lugar dele. O Leonardo eu te pergunto: quantas partidas jogou? Ele passou mais de seis meses no departamento médico, problema muscular, nas costas, pubalgia. Nós não contávamos com esse jogador. Ele é um bom jogador, mas que não suporta o ritmo de jogos quarta e domingo do futebol brasileiro. Na China é outro esquema, tenho certeza que lá ele vai jogar bem”

Salário atrasado
“O único salário atrasado é o meu, que não recebo nada desde o primeiro dia em que entrei no clube. E essa pergunta me ofende”

Ximenes
Aproveitamento da base
Passei realmente muito tempo conversando com o Ximenes, então resumo aqui a ideia que ele passou: há um processo de promoção gradual dos jogadores da base ao profissional que o clube não vê motivo para acelerar neste momento. Como exemplo, ele citou Willian, que ganhou a condição de titular com a negociação de Leandro Donizete e, assim, permitiu a Djair avançar neste processo, sendo integrado totalmente ao elenco profissional. No caso do Djair, esta nova etapa foi prejudicada pela contusão sofrida no início do ano. O mesmo vale para o Luccas Claro, entregue ao departamento médico. Quanto a Lima e Emerson Santos, segundo Ximenes não são reforços para hoje, mas sim jogadores que chegaram para concluir sua formação no Coritiba, dentro deste mesmo processo de aproveitamento gradual da piazada.

*****
Um adendo meu: é pouco provável que o Coritiba – e qualquer outro clube – consiga fazer contratações agora. O mercado está informalmente fechado. Os bons jogadores (também os médios e muitos ruins) estão empregados disputando os estaduais. É período de observação para, à medida que as disputas locais forem se encaminhando para a decisão, fazer as contratações necessárias.

Tem o lado ruim de não atender de imediato a ansiedade geral do torcida por reforços, mas por outro lado dá tempo para os jogadores mostrarem serviço. Vale, principalmente, para todo mundo que chegou no início da temporada, vale também para garotos que venham a ser aproveitados.

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