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Que experiência acumulada nós temos de múltiplas injeções que ensinem as nossas células a produzir a proteína do vírus SARS-COV-2?
Que experiência acumulada nós temos de múltiplas injeções que ensinem as nossas células a produzir a proteína do vírus SARS-COV-2?| Foto: Gilson Abreu/AEN

Fez-me bem redigir este texto sobre a checagem do Estadão Verifica. Era abril de 2021 e a “fake news” era sobre a Coronavac. A pandemia se tornou notícia em março de 2020. Em 17 de janeiro de 2021, manchetes piegas da qual ninguém mais se lembra anunciavam o fato histórico da vacinação de uma mulher negra com a Coronavac, a primeira cidadã brasileira a tomar a vacina. E já em abril apareceu a (agora) ex-fake-news de que as duas doses de Coronavac seriam ineficientes, de modo que em breve se começaria a falar em terceira dose. E cá estamos agora, em setembro de 2021, vendo a aplicação da terceira dose de Coronavac.

O bolsonarista que espalhou a “fake news” tinha assistido a uma entrevista do próprio diretor do Butantan, que falava na possibilidade futura de darem-se mais doses para reforço. E nem se trata de uma atualização da vacina, como acontece com as vacinas de gripe: trata-se de manter a imunidade alta, porque a imunidade vai baixando com o tempo.

Filme repetido

Se sairmos do Reino de Doria, do qual faz parte o Butantan, e esquecermos a Coronavac, veremos o mesmo filme passando com marcas supostamente mais sérias, tais como a Pfizer, a Janssen etc. No semestre passado, os mais desconfiados, que seguem canais alternativos (e, como explicou Flávio Gordon, não seríamos nada sem os investigadores alternativos nesta pandemia), começaram a receber imagens de passaportes sanitários do primeiro mundo com múltiplos campos para doses de vacina.

Neste momento é difícil verificar, porque o passaporte sanitário é primariamente digital; na França, as pessoas baixam um aplicativo feito para mostrar que o “pass sanitaire” está em dia. Quem não tiver celular e precisar de um papel entrará num sistema e gerará um código QR a ser impresso. No buscador, ao digitar “pass sanitaire papier” (passaporte sanitário papel), logo aparece a “valable” (válido) entre as sugestões. Aqui um leitor reclama de os estabelecimentos não aceitarem seu comprovante de papel, e lhe é explicado que qualquer comprovação de papel só é aceita quando gerada pelo site do governo e impressa com um código. Se havia um cartãozinho físico com campos para múltiplas doses na França, não está fácil encontrá-lo.

Nos Estados Unidos, há um cartão de vacinação físico, sem essas burocracias digitais de código QR. Também lá há mais campos do que o prometido: são quatro. Dado o acúmulo de histórias mal contadas nesta pandemia, não será razoável supor que as burocracias já pretendessem, desde o começo, dar tantas doses das supostas vacinas quanto possível?

Aqui no Brasil, Salvador acaba de lançar seu aplicativo de passaporte sanitário. Tal como os franceses viram seus cartõezinhos de papel serem substituídos por um aplicativo estatal, os soteropolitanos agora têm uma carteira de vacinação digital disponível para Android e iOS. Tal como os franceses, quem não quiser baixar o aplicativo deverá acessar um site, no caso soteropolitano, este aqui. Um aplicativo pode aumentar os campos de vacinação ad infinitum. Se o homem tiver tomado duas doses e a terceira se tornar obrigatória, o código QR gerado na hora vai informar que ele está aquém do obrigatório.

Enquanto isso, lá nos EUA, que não têm Coronavac nem Doria, Antony Fauci declarava que não há dúvidas sobre a necessidade de terceira dose por causa da variante delta, e empenha a Casa Branca em distribuí-la pelo país. A declaração foi dada em 29 de agosto.

O Brasil já seguiu os EUA e a Europa na aprovação da Pfizer para crianças de 12 a 16 anos. O roteiro pode ser rascunhado assim: o FDA aprova, a União Europeia aprova, a ANVISA aprova aqui. O CEO da Pfizer já anunciou que pretende oferecer dados sobre as crianças 5 a 11 anos à FDA para pedir autorização no fim de setembro, e que no fim de outubro fará o mesmo com relação às crianças de seis meses até cinco anos de idade. Por aí vocês já sabem o que vem pela frente: o calendário vacinal avança lá fora e eles vão baixando a idade mínima com estudos a jato.

Na França, o pass sanitaire será obrigatório para crianças de 12 anos a partir de 30 de setembro, como vocês podem ler no site do governo. Quando a Pfizer conseguir a autorização para 5 anos, coitada da França.

Já há uma pesquisa mostrando que meninos de 12 a 15 anos correm mais riscos com a vacina do que com a covid. (Veja aqui a tradução feita por Eli Vieira.)

Dúvida ululante

Ninguém com informação e boa fé há de negar que a tecnologia de RNA mensageiro é inovadora. Ora, inovação, em saúde, não é coisa boa em si mesma, como na tecnologia. Quanto menos inovador é um medicamento, mais conhecimento há sobre ele, e menos riscos há de sermos surpreendidos com um efeito colateral desconhecido.

Na bula da Pfizer registrada na Anvisa que baixei hoje (16 de setembro), consta o seguinte aviso na seção 8, sobre reações adversas: “Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer reações adversas imprevisíveis ou desconhecidas. Nesse caso, informe seu médico.”

Em defesa da Coronavac, podemos dizer que um vírus inativado dificilmente fará mal caso seja aplicado com tempo espaçado (se imunizará, são outros quinhentos). E quanto à tecnologia de RNA mensageiro, que poderemos dizer?

Se você entende inglês e é simpático a essa nova tecnologia, recomendo fortemente que veja esta matéria da CNN, insuspeita de “obscurantismo”. O repórter, entusiasmado, explica que o RNA mensageiro leva para toda célula humana a capacidade de produzir uma proteína do SARS-COV-2 chamada proteína S ou proteína de espícula (spike). A imunização acontece da seguinte maneira: o seu corpo começa a produzir uma proteína do vírus, e é o combate do seu corpo a essa proteína que o ensina a combater o vírus.

Que experiência acumulada nós temos de múltiplas injeções que ensinem as nossas células a produzir a proteína do vírus SARS-COV-2? Nenhuma. Pelo simples fato de que, além de essa suposta vacina ser novíssima, a sua aplicação reiterada acabou de começar.

A Dra. Maria Emília Gadelha Serra disse aos Pingos nos Is, na entrevista retirada, que a proteína spike desse vírus é inflamatória. Já há artigo em pré-print e publicado sobre seu caráter inflamatório. A mera observação leiga tem embasamento para considerar isso muito plausível, já que a inflamação do coração é um efeito colateral da substância da Pfizer.

Que preço será pago para se interromper essa possível política de envenenamento global?

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