A moralização às avessas de Nelson Justus

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Justus: moralização feita do modo errado, no tempo errado e só na base do empurrão.

Nelson Justus andou comemorando ontem a “moralização” que promove na Assembleia. E diz que apanhou da imprensa à toa. Diz que o recadastramento dos funcionários é o passo final de um processo iniciado anos atrás.

Blá, blá, blá.

Nada mais do que isso.

Justus, se fez alguma mudança, foi pela imensa pressão da sociedade e da imprensa. Ninguém mais aguentava ver a Assembleia comandada à velha maneira. Modo que ficou mais conhecida depois do início da publicação da série Diários Secretos, da Gazeta e da RPCTV.

E tudo indica que, se depender do deputado, a “moralização” continuará andando aos trancos e barrancos. É o que mostra a reportagem de hoje da Gazeta, que “desmoraliza” a “moralização” de Justus e mostra que o cargo de agente político, ou qual seja o nome que se dê, criado justamente durante a “moralização” da Casa, é ilegal. Inconstitucional.

O que os deputados queriam com esse projeto? Queriam poder contratar pessoas que não trabalhem na Assembleia. Pagar com dinheiro público pelo serviço de quem fica “nas bases” fazendo campanha pela sua reeleição. Simples assim.

Ah, mas a Câmara faz a mesma coisa. Errada está a Câmara. Vamos copiar o erro com essa única justificativa?

É como diz Juliano Jaronski, professor de Ciências Políticas e em Direito constitucional, mestre em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de Coimbra, na reportagem publicada hoje.

“A quem competirá analisar os relatórios dos assessores? De que modo será realizado o controle de horário? Pelo que posso observar, não existirá qualquer análise, salvo relatórios que não sabemos de que modo serão elaborados.”

Moralização? A de verdade está sendo feita pela imprensa, pela sociedade, pelo Ministério Público, pela Justiça. A de Justus é para inglês ver.