Confrontados pelas autoridades, funcionários sob suspeita de terem atuado como “fantasmas” costumam seguir dois caminho. Negam ou se atrapalham. No caso dos funcionários ligados ao gabinete da presidência da Assembleia na época de Nelson Justus (DEM), vários têm se atrapalhado. Dizem que compareciam, mas não sabem nem dizer o que supostamente faziam.
Carlos Alberto Pessoa foi por um terceiro caminho, mais raro. Questionado, disse que não ia mesmo à Assembleia, ou pelo menos não passava o dia lá, apesar de estar nomeado. A explicação é de que, se fosse para ficar sem fazer nada, o melhor era mesmo ficar em casa. O trecho do depoimento de Pessoa foi revelado em reportagem da RPC.
“Se for à repartição, local de trabalho, para não fazer absolutamente nada você está tomando água mineral, tá tomando cafezinho, aquelas coisas né… aquela ‘mordô’ que sempre roda nas repartições públicas, eu prefiro ficar em casa. Para não fazer nada eu fico em casa, e não precisa nem bater ponto.”
Pessoa esteve nomeado no gabinete de Justus entre 2007 a 2010.De acordo com ele próprio, exercia a função de “assessor cultural e livresco” do deputado. O que significa que indicava livros para leitura e trechos para serem usados em citações, nos discursos.
Segundo o Ministério Público, dos 184 funcionários mantidos por Justus na presidência, a maior parte ocupava “funções incompatíveis com a natureza do cargo em comissão”. Havia fonoaudiólogo, dentista, assistente social. E, claro, assessor cultural e livresco.
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