A parte boa e a parte ruim de os presos da Lava Jato irem para celas comuns

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O secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini (SD), deu declarações depois do anúncio da transferência dos presos da Lava Jato para o sistema penitenciário afirmando que todos eles vão estar sujeitos ao mesmo tratamento dos presos “comuns”.

As tevês mostraram, inclusive, as celas onde os presos ficarão: vaso sanitário no chão (embutido em um buraco, para que a louça não seja usada como arma), espaço exíguo, sem chuveiro. O banho é com água fria. Não pode haver livros e revistas na cela. Banho de sol é por uma hora ao dia.

Deve ter quem considere isso uma excelente notícia. Em parte, é mesmo. É boa notícia pelo fato de gente rica e poderosa estar sendo presa no Brasil quando é o caso. E é boa notícia também que não esteja sendo dado tratamento diferenciado para as pessoas só por elas terem condição social melhor.

Mas é de se pensar se o que deveria ocorrer não é uma melhoria das condições dos presídios para os mais pobres, para os outros presos. Afinal, a ideia da prisão – apesar do que possam querer os mais sádicos – não é torturar o preso nem fazer com que ele sofra. Isso seria o oposto da ideia de civilização.

O propósito da cadeia é retirar a liberdade de ir e vir do preso, até para que ele não cometa mais crimes. E para que ele se ressocialize. As cadeias brasileiras não são voltadas para a ressocialização, em geral, mas para a punição.

Botar gente mais rica nos mesmos lugares não vai melhorar nada. A não ser que eles consigam, até nisso, fazer lobby, e conseguir que os presos não sejam, mais tratados em condições sub-humanas.