O debate sobre a prorrogação do pedágio no Paraná deve ser um dos mais importantes no estado nos próximos anos. O repórter André Gonçalves deu uma grande contribuição para o tema nos últimos dias ao mostrar que dois ministros de Dilma confirmam que o atual governador do estado, Beto Richa (PSDB), apresentou propostas para a prorrogação dos contratos, que acabam em 2023.
Nesta segunda-feira, nova declaração sobre o tema veio á tona pelas mãos da repórter Vivian Faria. Richa disse a ela que os ministros ligados ao PT mentem e que ele não fez a proposta.
O caso bem poderia ficar em algo do gênero “Ele disse, Ela disse”, sem que jamais se soubesse qual é a verdade por trás disso. Mas as declarações dadas até o momento já permitiram jogar alguma luz sobre o assunto.
1- É possível saber que Richa fez um movimento sobre o pedágio cerca de um ano atrás. Nem mesmo ele e seu chefe da Casa Civil da época, Reinhold Stephanes, negam que tenham tocado no tema do pedágio. Mais: Stephanes diz que estava com alguns estudos sobre o caso na reunião com a presidente Dilma Rousseff. Se os estudos existem, é porque o governo os encomendou ou estava procurando por eles.
2- A proposta, seja ela qual for, de fato chegou a uma audiência com a presidente da República. Ou seja: não foi algo que esteve apenas esboçado, ou que foi cogitado como algo para um futuro distante.
3- Se a ideia do governo era mesmo prorrogar os contratos, como dizem os ministros Cesar Borges e Ideli Salvatti, não se sabe. Mas tudo indica que a ideia era, de algum modo, mudar a situação atual das concessões, provavelmente baixando a tarifa ou exigindo mais obras. Por isso a conversa com Dilma, já que o governo federal detém boa parte das estradas sob concessão.
Saber mais sobre isso, por enquanto, parece difícil. Mas o tema sobre o que fazer com as estradas deverá estar quente na pauta dos próximos anos, já que o governador eleito agora e o eleito em 2018 provavelmente serão os últimos a negociarem qualquer coisa antes do fim dos contratos.
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