Os últimos dias, com a lembrança dos 47 anos do golpe de 1964, trouxeram à tona algumas manifestações de militares que, ao que tudo indica, continuam saudosos dos tempos da ditadura.
Primeiro, foi o manifesto dos clubes militares reclamando da proibição de cerimônias em que sem lembrasse o golpe. Os militares da reserva chiaram.
Os da ativa ficaram quietos, até em função da hierarquia. Logo em seguida, porém, veio a notícia de que um general da ativa, em vias de reforma, Augusto Heleno, teve de ser proibido de fazer uma palestra já marcada para o dia 31 de março.
“A Contrarrevolução que salvou o Brasil” era o título da palestra prevista e que só não aconteceu porque o comandante do Exército, general Enzo Peri, baixou ordem proibindo.
Em seguida, mais uma notícia, a de que os militares evitaram bater continência a Dilma, que lutou contra a “contrarrevolução” numa cerimônia de promoção de oficiais.
Antes sempre havia a continência ao presidente, chefe das Forças Armadas. O Exército explicou que, desde o ano passado, a continência já não é obrigatória. Não seria nada contra Dilma.
O documento dispensando o cumprimento formal, porém, foi assinado no fim de 2010, depois da eleição de Dilma em segundo turno.
Agora, sabe-se de mais outra novidade. Um grupo de militares está fazendo um abaixo-assinado para retirar do ar a novela “Amor e revolução”, sobre a ditadura, exibida desde a semana passada pelo SBT.
O abaixo-assinado, que circula pela internet, diz que a trama da novela foi bolada para favorecer o atual governo em troca do salvamento do Banco PanAmericano, de Silvio Santos!
É claro que pode se tratar de um grupelho desprezível de radicais.
Mas, então, há um outro problema. Porque o texto sobre a história oficial do Exército, no site da instituição, desapareceu? No ano passado, percebeu-se que havia elogios ao golpe. Tudo saiu do ar. Mas… Por que não voltou com outra formatação, sem os elogios? O Exército não consegue chegar a um consenso sobre o tema?
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