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Ao barrar deputados, manifestantes repetem gesto antidemocrático dos políticos
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Não há dúvidas: os manifestantes em frente à Assembleia Legislativa têm todo o direito a protestar contra o projeto da reforma da previdência. Podem gritar, cantar, espernear. Deveriam ter o direito também de entrar nas galerias, e é um absurdo que o Judiciário e a Assembleia estejam negando esse direito básico.

Os professores e os outros manifestantes também têm razão quando reclamam do cerco policial à Assembleia, que é antidemocrático e beira o absurdo – como se não houvesse nada mais importante para mil policiais fazerem em uma cidade que tem centenas de homicídios todos os anos.

Porém, se reclamam do autoritarismo do governo e dos deputados, da falta de democracia avalizada pelo Judiciário, os manifestantes não têm o direito de cair nos mesmos erros. A partir do momento em que barram entrada de deputados na Assembleia, por exemplo, estão acabando com o direito de ir e vir de alguém. E isso é tão pouco democrático quanto o cerco policial.

É válido protestar, e o projeto do governo, assim como o modus operandi dos três poderes, merece repúdio. Mas sempre dentro dos limites da democracia. Sem quebradeira e sem impedir que as instituições funcionem democraticamente.

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