O arquivamento das denúncias contra Nelson Justus e Alexandre Curi pelos gravíssimos desvios de conduta no Legislativo estadual só reforçam uma antiga suspeita: a de que o corporativismo é muito maior na Assembleia do que o do Congresso Nacional.
E olhe que não é fácil. No Congresso, os deputados e senadores já são conhecidos por não investigarem a fundo os podres de seus colegas (basta lembrar o caso do deputado do castelo, ou os desmandos de Sarney).
Mas em Brasília, pelo menos, há um jogo partidário que faz alguns parlamentares cobrarem de outros as devidas explicações. Oposição e governo se enfrentam, em alguns momentos, com possibilidade de escândalos de parte a parte serem revelados.
Aqui, não. O Conselho de Ética que julgaria Justus e Curi, por exemplo, é formado por cinco deputados. Há gente das seguintes siglas: PT, DEM, PSDB, PP e PMDB. Nenhum ousou levantar a voz contra o presidente e o primeiro-secretário.
O fisiologismo é tão grande, na verdade, que mesmo as eleições para a mesa executiva da Assembleia não costumam ter bate-chapa. São composições em que todos os partidos entram, amistosamente, pensando no que todos podem ganhar juntos (no mau sentido), e não em impor disputa de um projeto contra outro.
O projeto de todos, ao que parece, é o mesmo. E a sociedade já mostrou que está se cansando dele.
Siga o blog no Twitter.
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Leia o relatório completo da Câmara dos EUA que acusa Moraes de censurar direita no X
-
Revelações de Musk: as vozes caladas por Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
-
Mundo sabe que Brasil está “perto de uma ditadura”, diz Bolsonaro
Deixe sua opinião