As “rainhas do ProUni”, Reagan e os radicais

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Reagan: se fosse por ele, nada de ProUni.

Comentando o caso das meninas da Uningá, falei que o risco desse tipo de denúncia contra programa social, quando não é o próprio governo que descobre, é que há uma desmoralização da ideia. E o que é uma ideia boa fica parecendo mais um jeito de tirar dinheiro dos cidadãos para fazer chuncho.

E vi que já apareceu muita gente dizendo coisa parecida. Falta um político esperto tentar capitalizar isso e falar em extinguir o programa, que é bem bom.

Por isso a importância de o governo não só evitar esse tipo de problema como de transformar a fiscalização em uma obsessão.

Lendo “A consciência de um liberal”, de Paul Krugman, estou aprendendo exatamente como o Partido Republicano aprendeu a usar os programas sociais do New Deal como argumento para eleger políticos cada vez mais conservadores.

O truque é fazer os beneficiários dos programas parecerem canalhas. E ver como eles estão tirando dinheiro de cidadãos honestos com a ajuda de políticos sacanas.

Veja um trecho da autobiografia de Ronald Reagan, descrevendo por que as pessoas pediam para ele ser candidato a governador da Califórnia em 1966:

“As pessoas estavam cansadas de programas caros do governo e de enganadores do sistema de proteção social; e elas estavam revoltadas com a constante espiral de impostos e de regulamentações do governo, de burocratas arrogantes, e de autoridades que pensavam que todos os problemas da humanidade poderiam ser resolvidos simplesmente com mais uma dose do dinheiro dos contribuintes.”

O comentário de Krugman vem a seguir:

“A imagem é clara: enganadores do sistema de proteção social estavam aumentando os impostos das pessoas decentes. Não importa que isso não fosse verdade, pelo menos não numa quantia significativa – a Ajuda para as Famílias com Crianças Dependentes, o programa a que a maioria das pessoas se referia quando falava em “sistema de proteção social”, nunca foi um grande gasto do governo, e a fraude nunca foi um problema significativo. (Anos mais tarde, Reagan iria falar sempre, e cada vez mais, de história grosseiramente exagerada de uma rainha do programa de proteção social dirigindo seu Cadillac por Chicago.)”

Bem… Filmaram as moças usando carros caros. Não são cadillacs, mas pode ser o suficiente para aparecer um novo Reagan por aí querendo acabar com o ProUni. Tudo porque o governo não fiscaliza direito os programas.

Ah, sim. Os cidadãos poderiam também evitar ficar fazendo fraudes com os programas, certo? Esse, aliás, é o tema de um post para breve.