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Negros no Palácio: coisa rara. Foto: Orlando Kissner/SECS
Negros no Palácio: coisa rara. Foto: Orlando Kissner/SECS| Foto:

O presidente, o governador, o prefeito. Todo mundo fez homenagens ao Dia da Consciência Negra nesta segunda-feira, dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares. Como sempre, a homenagem, feita basicamente por brancos em posição de poder para negros sem a mesma situação, fica com aquela carinha de condescendência. De passada de mão na cabeça.

O governo Michel Temer ficou célebre desde o princípio por ser basicamente um ministério de homens mais velhos, ricos e brancos. Chamou a atenção porque justamente nos últimos anos vinha sendo um esforço para dar aos governos do Brasil um pouco da diversidade da população. O esforço morreu.

Nos níveis locais, a situação é praticamente idêntica. O governador Beto Richa fez uma justa homenagem à população negra do Paraná. Mas segue sem incluir os negros de maneira adequada no governo. Seu secretariado é de brancos. Os presidentes das estatais são brancos. Seus líderes na Assembleia são brancos. Sua vice é branca.

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Na prefeitura de Curitiba, mais do mesmo. Uma homenagem do prefeito Rafael Greca? Houve. Dar poder de fato às pessoas nos melhores postos da prefeitura, mostrando que se acredita realmente no poder da diversidade? Nada feito.

A cultura política brasileira segue sendo a do paternalismo. No Dia da Mulher, entregam-se rosas às poucas que conseguiram se eleger (normalmente, mulheres ou filhas de políticos que não podiam estar no cargo). No Dia da Consciência Negra, uma colher de chá para quem não é chamado a dividir o poder.

Como se essas “minorias” fossem compostas de crianças, que merecem um presentinho, um agrado, um afago – mas nada de poder real.

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