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Beto Richa. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo.
Beto Richa. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo.| Foto:

Quando assumiu o Palácio Iguaçu, em 2011, era nítido que Beto Richa tinha como sonho ir para Brasília. Não como senador, mas como presidente. Hoje isso pode parecer uma alucinação, mas na época soava factível.

Beto tinha sido por duas vezes prefeito de uma capital e – como ele não cansa de lembrar, até quando lhe perguntam as horas – se reelegeu com 77% dos votos válidos. Jovem, virou governador de um estado de 11 milhões de habitantes, eleito em primeiro turno.

Era uma estrela em ascensão dentro de um dos maiores partidos do país – um partidos que sistematicamente coloca seu candidato no segundo turno das eleições presidenciais. Por que não imaginar que ele poderia ser o próximo na fila? Dizem até que teria sido montado um grupo para trabalhar nisso.

Mas aí…

Se ainda havia alguma chance disso na época de reeleição, tudo foi abaixo no 29 de abril, quando o governador decidiu que o dinheiro da aposentadoria alheia valia mais do que a sua carreira. Agora, Beto tenta ser senador. E, no máximo pode sonhar em voltar ao governo daqui a quatro anos.

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Mas mesmo isso não será fácil. Caso um aliado se eleja, como Beto vai disputar contra um dos seus? Nesse sentido, Cida seria melhor: fica só quatro anos e não pode se reeleger. Ratinho poderia ficar oito. E se não for contra um aliado, disputará contra alguém que terá a máquina na mão.

Neste intervalo, o grupo gigantesco que Beto uniu quase certamente terá se fragmentado. Distante, caso esteja em Brasília, Beto não será rei, não terá como pontificar. E, se ficar sem mandato, tanto pior.

Mas o mais grave foi o que o governador fez no segundo mandato. A cada vez que ele se candidatar a algo, verá na tevê, nos jornais, na internet, merecidamente, as imagens do dia em que jogou fora seu nome, sua carreira, sua honra. O 29 de abril de 2015. Um dia que Beto, por mais que queira, não poderá esquecer.

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