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Brasil ainda pode ter mais mil dias de crise pela frente. Entenda o porquê
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Faltam 1.025 dias para que o mandato presidencial acabe. Isso independente de Dilma ficar ou sair: a eleição de 2018 continua de pé não importa o que aconteça, a não ser que haja um golpe. E até lá é praticamente impossível que as coisas voltem à normalidade.

Dilma sair, por impeachment ou cassação, resolve apenas parcialmente o impasse político do país. Veja quais são as possibilidades: Temer assume; assume o presidente da Câmara e convoca eleições diretas; há eleição indireta para a Presidência. Nos três casos, o mandato há de ser turbulento. Existe a quarta possibilidade, claro, de Dilma ficar até 2018.

1- O governo Temer

Temer assume em duas possibilidades. A primeira é um impeachment de Dilma em que ele consiga se segurar no cargo. A segunda é a renúncia da presidente, mais difícil de ocorrer. Se assumir, ninguém sabe ao certo como será seu governo.

Mas certamente quem saiu do palácio, o PT, não há de ficar muito feliz, e irá ser um período de instabilidade, até porque Temer também pode ser implicado nas investigações e pode ser cassado no TSE.

2- Um governo Cunha?

O presidente da Câmara assume interinamente caso Dilma e Temer saiam do poder. Pode acontecer num impeachment duplo ou no caso de cassação da chapa por irregularidades julgadas no TSE.

Atualmente, o interino seria Eduardo Cunha. Se ele tiver caído, ninguém sabe quem será: dependeria de eleições internas. Mas em 90 dias seria necessário chamar eleições nacionais. E obviamente o mandato interino, além de curto, será contestado.

O eleito depois disso talvez tenha vida um pouco mais facilitada, mas as eleições acontecerão num clima dificílimo. E, além disso, há uma diferença fundamental entre o impeachment de Collor e o possível impeachment de Dilma: ao contrário do ex-presidente. Dilma tem partido forte e militância disposta a atazanar quem quer que lhe suceda.

3- Eleições indiretas

O país pode pela primeira vez ter uma eleição indireta para presidente desde o fim da ditadura. Essa hipótese acontece caso Dilma e Temer caiam juntos após 31 de dezembro. Nesse caso, a Constituição manda que o Congresso escolha alguém para terminar o mandato.

Se eleições populares serão contestadas, imagine alguém eleito pelo Parlamento mais criticado e denunciado de muitas décadas: os votos de Tiririca, Eduardo Cunha, Feliciano e Bolsonaro, dos petistas denunciados e de 40 alvos de inquérito da Lava Jato, de 57 réus do STF certamente não deixarão a população mais tranquila.

4- Dilma fica

Não é preciso dizer que Dilma ficando, mesmo depois de passar pelo teste do impeachment, continuará sendo investigada e com popularidade em baixa.

Além de tudo isso, os problemas da economia parecem persistentes e o cenário internacional não é favorável. O que faz pensar que realmente a coisa só deve acalmar mesmo em 1.º de janeiro de 2019, com o futuro presidente tendo passado por eleições “normais”. E, quem sabe, com a economia melhor.

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