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Alexandre Moraes, ministro da Justiça. Foto: Roberto Castro/Arquivo.
Alexandre Moraes, ministro da Justiça. Foto: Roberto Castro/Arquivo.| Foto:
Alexandre Moraes, ministro da Justiça. Foto: Roberto Castro/Arquivo.

Alexandre Moraes, ministro da Justiça. Foto: Roberto Castro/Arquivo.

A declaração do ministro da Justiça, Alexandre Moraes, de que ele pretende erradicar o uso e o comércio de maconha no Brasil mostra que o governo Temer é, de fato, o mais conservador que o Brasil teve em décadas.

Em todo o mundo, a política da guerra às drogas vem sendo rediscutida. Os países que investiram bilhões em confronto e tentativa de eliminação de plantações já perceberam – e admitem – que essa estratégia não vem dando os resultados esperados.

No Brasil, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vem fazendo reiteradas manifestações a favor de uma rediscussão do tema. Gente de peso na política nacional, como o senador Cristovam Buarque, vai na mesma toada. Não é nem preciso apelar aos governos do PT para falar do tema de um ponto de vista mais “progressista”.

Não se trata nem de discutir se a maconha faz mal, ou até onde vão os danos que ela causa. É evidente que a droga traz prejuízos para quem a fuma, começando pela possibilidade de danos – inclusive câncer – ao pulmão. Os efeitos psicológicos, embora muita gente tente minimizar, também têm de ser levados a sério.

O ponto é que, especialmente no caso da maconha, parece estar claro que a política de combate à droga faz muito mais mal do que a própria droga.

Não é à toa que a socióloga Julita Lemgruber deu declarações estarrecidas ao Estadão depois de ver um ministro de Justiça falar em reduzir bruscamente a criculação de maconha na América do Sul como um dos grandes objetivos de sua ação.

Nem se precisa ir ao extremo de falar no que está acontecendo nas Filipinas. Aqui mesmo a guerra às drogas, pelo menos em sua versão “tolerância zero”, já se mostrou um erro brutal.

Mesmo que vocç~e não defenda a simples descriminalização, é preciso parar e ver os resultados dessa busca desenfreada por usar recursos públicos na caça à maconha – uma versão grotesca e retrógrada da Lei Seca, que produziu seus Al Capones como a guerra ao tráfico produziu seus Pablos Escobar.

Ao contrário de grande parte dos países mais adiantados, vamos retroceder, ao que parece, a uma política que cada vez mais cai em descrédito, e que serve apenas para dar discurso a um governo que quer ficar de bem com camadas conservadoras da população – mesmo sabendo que o resultado não será o prometido.

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