• Carregando...

 

Foto: Paulo Whitaker/Reuters.

Foto: Paulo Whitaker/Reuters.

O debate até que foi divertido, apesar do horário e do formato, incluindo nanicos. Veja quem fez o que durante o primeiro encontro dos presidenciáveis.

Marina

Marina Silva foi mais agressiva do que se poderia imaginar. A candidata do PSB não fez o gênero paz e amor que se poderia imaginar. Confrontou Dilma e Aécio propositadamente: fez perguntas duras para ambos, ao invés de navegar nas águas calmas que a posição de franco-atiradora lhe dá. Falou em seu idioma particular aqui e ali, impedindo que se saiba quais são suas propostas claras. Não exibiu números sobre nada: só teorias, abstrações e boa vontade.

No discurso sobre como pretende governar, deu a entender algumas coisas. Que acha que pode ser uma “superação” da disputa PT e PSDB aproveitando o melhor de cada um (uma coisa meio hegeliana, parece, sei lá…). Disse que a elite não é uma coisa ruim em si e que o problema do Brasil é a falta de elite. Deu para entender o que ela queria dizer? Parece que sim: que elite econômica é uma coisa e que elite intelectual é outra, e que nos falta intelectualidade. Mas se isso era uma resposta (e devia ser) para a presença da dona do Itaú em sua campanha, não parece funcionar. Neca Setúbal não está exatamente na lista dos intelectuais mais respeitados do país.

Dilma

A presidente foi com todas as fichas no perfil de gerente. Falou em números o tempo todo. Mostrou que sabia a quantidade de megawatts necessários para os próximos anos, por exemplo, só para dar a entender que os outros ali não têm o mesmo conhecimento que ela da área de energia. Se saiu bem dos possíveis apertos, mas em nenhum momento brilhou.

Há que se dar um crédito a Dilma. A petista, ao contrário de seus antecessores, jamais fugiu a um debate de campanha. Collor, quando estava na frente nas pesquisas, nunca comparecia. Fernando Henrique fez o mesmo e até Lula quando estava por cima da carne seca evitava o confronto público. Dilma, mesmo tendo a pior retórica do grupo, jamais falhou em participar de debates. Mas, por outro lado, após quatro anos de campanha e governo, ainda não aprendeu a falar em público.

Aécio

O candidato fez dois papéis. Por um lado, tentou ser o antipetista que seu partido sempre exibe nessa época de campanha. Mas apostou firme nos números de Minas Gerais para dizer que é bom gestor. Falou de Minas o tempo todo, mesmo tendo se embananado quando Marina falou do Vale do Jequitinhonha, a região mais pobre e defasada do estado.

Tentou criar credibilidade ao falar publicamente de seu futuro-possível-ministro da Fazenda, Armínio Fraga. Quis deixar claro que não esconderá Fernando Henrique Cardoso (ao contrário do que fazia Serra) ao dizer que Lula recebeu uma herança bendita.

Pastor Everaldo

O homem de discurso único. Independente do que lhe era perguntado falava em Estado mínimo. Falava em Estado necessário. Falava em privatização. Falava em Estado menor. Governo pequeno. Infinitas vezes. E, claro, falou um pouco de religião e família. Mostrou-se sem apelo e repetitivo.

Eduardo Jorge

Foi o engraçadão do debate, mais ou menos como Plínio De Arruda Sampaio fazia em 2010. Deu resposta de só três palavras, confundiu-se ao fazer pergunta, comentou a magreza de Marina. E, claro, falou das propostas que lhe são caras: descriminalização do aborto e descriminalização das drogas, principalmente.

Luciana Genro

Ficou longe da participação típica do PSol em eleições anteriores. Não tem a força de Heloísa Helena nem o tirocínio de Plínio. E ainda ficou marcada por se mostrar carente ao dizer que ninguém perguntava nada para ela. Patinou e não foi a lugar algum.

Levi Fidélix

Nem para falar do aerotrem serviu.

Curta a página do Caixa Zero no Facebook.

 

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]