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Ricardo Barros. Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo.
Ricardo Barros. Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo.| Foto:
Hedeson Alves/ Gazeta do Povo
Ricardo Barros: candidato quer “flexibilzar” o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Uma semana de horário eleitoral gratuito já foi suficiente para deixar claros quais são os dois maiores assuntos desta eleição: saúde e segurança. Um terceiro assunto, na verdade, é a ponta que une os dois temas: as drogas.

Na saúde, as propostas são as de sempre. Atendimento melhor, mais hospitais, programas para mães, para idosos, etc.

É na parte da segurança, e especialmente na das drogas, que se nota um endurecimento do discurso em, relação a eleições anteriores.

O que se viu nos últimos dias foi um desfile de candidatos ao Legislativo dizendo que vão “virar o jogo” contra a insegurança. E as propostas vieram realmente duras:

– Há um ex-deputado prometendo lutar por pena perpétua para traficante;

– Há um delegado querendo trabalho forçado para traficante na cadeia;

– Há um desconhecido candidato dizendo que “estupradores e assassinos” não “se regeneram”;

– Ouviu-se até um grito de “Jaula neles!” ecoar pela sala.

A impressão que se tem é que há uma reação dos candidatos da “lei e da ordem” contra as atuais políticas de segurança e de contenção das drogas.

Curioso que os candidatos a cargos majoritários continuam no discurso liberal, sempre afirmando que tratarão os dependentes com respeito e atenção.

Dizem que vão reforçar a segurança, mas jamais falam em mudar a lei, que entende que o usuário precisa mais de tratamento do que de prisão. E nunca falam em porpostas de endurecimento de pensas, até por saber que isso não funciona. E é inconstitucional.

No Paraná, o único candidato a cargo majoritário que adota o discurso da “lei e da ordem” parece ser o deputado Ricardo Barros. Em seus programas na tevê ele tem dito que quer mudar o Estatuto da Criança e do Adolescente

Diz que o ECA não protege hoje nossos adolescentes, que acabam indo para o tráfico mais cedo por sofrerem punições mais leves do que os adultos.

Diz ainda que hoje “aluno bate em professor”. “Se o professor reage, é levado ao Conselho Tutelar. O filho “bate na mãe”. “Se ela reage, vai parar na delegacia”.

Ele quer que os dois possam reagir. Por isso quer, digamos, para usar uma palavra da moda, “flexibilizar” o ECA.

É claro que a situação de segurança preocupa. E os candidatos percebem nisso um nicho para conseguir votos de gente que está assustada com o crime. E de gente que quer radicalizar no tema.

Afinal, não faltam fãs de programas policialescos para votar em delegados e apresentadores de tevê.

Nem faltam pais que queriam poder tratar seus filhos de outra maneira.

Com propostas dessas, dificilmente alguém se elegeria governador ou presidente, até porque a maioria da sociedade já deixou claro que prefere outro caminho.

No Legislativo, no entanto, há espaço para isso. Vamos ver quantos candidatos se elegem com esse discurso dentro de um mês e meio.

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