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Carli Filho: no mínimo, que os outros aprendam
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Marcelo Elias/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
Fernando Ribas Carli Filho foi hostilizado na saída do interrogatório, em Curitiba: manifestantes chamaram o ex-deputado de “assassino”

Não se sabe ainda o destino do ex-deputado Carli Filho. Se será julgado por um juiz ou por um Tribunal do Júri. Se será condenado ou não. Se cumprirá pena ou se sairá livre.

Não é possível saber se ele continuará na política ou se desistirá dela. Não é possível saber se seu irmão, Bernardo Carli, será eleito em seu lugar. Nem o que o povo reservará à família de políticos.

Não temos como decidir isso. Nada disso está nas mãos de quem escreve nem de quem lê.

No entanto, a cena da aparição pública de Carli Filho ontem foi uma lição. Para todos nós, não só para ele. Ver o ex-deputado pela primeira vez exposto ao público depois da morte dos dois jovens que estavam nos outros carros mostra o que nós, sim, podemos saber.

Podemos saber que Carli Filho nunca terá a vida de antes. Que não é só no seu rosto que as cicatrizes do acidente vão ficar. Que o menino boa pinta, promissor, deputado, acabou com muitas chances de sua vida.

Jovem, podia ser deputado por vários mandatos. Filho do prefeito, poderia em alguns anos suceder o pai em Guarapuava. Poderia ir além. Tinha tudo.

Ontem, entrou no tribunal sem ser percebido. Depôs sem saber se será julgado por homicídio. Saiu xingado pela população. Ouviu gritos de assassino.

É isso que podemos saber. Quem uma burrada muda tudo. Claro, quem fez o erro foi ele. Que pague por isso. Mas é preciso que a indignação não se resuma a um protesto, nem que vire xingamento só porque o culpado, dessa vez é político.

Muita gente continua bebendo e dirigindo. Muita gente continua indo mais rápido do que pode. Muita gente continua colocando a vida dos outros em risco. Além do próprio futuro.

Duas pessoas morreram. Carli Filho estragou o seu futuro. Para eles, é tarde. Tomara que nós todos tenhamos aprendido algo com isso.

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