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Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo.
Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo.| Foto:
Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo.

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A criação de “bancadas independentes” é um fenômeno razoavelmente normal na política brasileira. É um movimento que acontece muitas vezes quando o governante perde prestígio, tornando o apoio a ele algo “impopular”. Dessa vez, aconteceu com Beto Richa (PSDB). Mas com uma diferença: foi no começo do mandato.

Os “independentes” em geral surgem perto do fim do mandato de prefeitos e governadores. Até porque, mais perto da saída do posto, existe um motivo extra para que se pule do barco: os parlamentares já estão pensando em ficar livres para apoiarem quem quer que vença a próxima eleição. Ao invés de ficarem presos a um projeto de poder que se extinguem, querem ficar ao lado de quem tem a perspectiva de poder.

Isso não deveria ter acontecido com Richa nesse instante. Reeleito em primeiro turno com 55% dos votos, o governador deveria estar no melhor momento de sua segunda gestão. Prefeitos dependendo dele para sua reeleição, deputados querendo obras para se candidatar nas eleições municipais, e todos presos a um projeto político que tem mais quatro anos de poder assegurados.

Não foi assim. Por dois motivos. Primeiro, porque a economia vai mal, e apoiar governo sem dinheiro é menos proveitoso do que apoiar governantes endinheirados. Se não há obras, não há inaugurações, o parlamentar ganha menos visibilidade ao estar do lado do governante. Se não há verbas, ele não pode anunciar ao prefeito da região que conseguiu algo importante. Ser governista tem uma lógica: é aproveitar as benfeitorias para dizer que fez um bom trabalho por seus eleitores.

Em segundo lugar, Richa trocou os pés pelas mãos no primeiro mandato. Gastou demais e não quis corrigir o rumo à beira da eleição, já quase no fundo do poço, para não passar uma impressão de mau gestor. Deu no que deu. Resolveu, agora, no início do segundo mandato, fazer todas as maldades que evitou antes. A todo custo. Na força bruta. E criou cenas terríveis, como a do camburão de deputados e as da violência do 29 de abril.

Agora, perde apoio parlamentar. Não chega a ser terrível porque ainda há maioria. E os “independentes” não parecem tão independentes assim, na maioria dos casos. Se o governo precisar para temas menos polêmicos, eles poderão estar lá. Principalmente se os problemas de caixa forem resolvidos.

Mas não há dúvida de que a perda de um quarto da Assembleia com menos de um semestre de governo é resultado de barbeiragens econômicas e políticas que o governo estadual veio acumulando ao longo dos anos. Ser “independente” também tem sua lógica.

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