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Confronto no Centro Cívico: gás de pimenta, bombas e canções de protesto
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A ideia de que há uma “guerra” entre os professores e o governo do estado não é apenas uma metáfora. Os fatos da madrugada desta terça e da manhã, quando os manifestantes foram atacados com gás de pimenta e bombas de efeito moral, dão uma mostra de como estão os ânimos.

Os dois confrontos ocorreram pelo mesmo motivo: o carro de som. Na madrugada, os policiais militares estavam tentando remover o caminhão do lugar ond ele estava, mais próximo do prédio da Assembleia. Os professores tentaram evitar que isso ocorresse. Vários foram atingidos pelo gás de pimenta da Polícia Militar, como mostram vídeos no Facebook.

Pela manhã, a disputa aconteceu quando os manifestantes tentavam retornar com o caminhão para o mesmo lugar em que estava na sessão de segunda-feira. Os policiais não deixaram – travaram o caminho com viaturas e, quando os professores insistiram e tentaram forçar passagem, houve o novo confronto. Dessa vez, além do gás de pimenta, houve pelo menos duas explosões de bomba. Houve fumaça, correria e gritos. Algumas pessoas ficaram com os olhos ardendo.

A batalha da Nossa Sra. de Salete, como qualquer batalha campal, vem se mostrando uma disputa por território. Os professores lamentam não poder chegar ao principal teatro da guerra, no plenário, e tentam ganhar cada centímetro do lado de fora. Os policiais, sob comando do governo e da Assembleia, tentam fazer com que eles recuem.

Nesta manhã, após o segundo confronto, Ademar Traiano (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa, recuou: determinou que os policiais deixassem o caminhão de som retornar ao lugar original. Não mudou de ideia sobre a presença dos manifestantes na galeria, porém: diz que só abrirá para a presença pública na quarta. “A liminar exige que as galerias estejam abertas na votação do projeto. Hoje não vai haver votação”, disse.

A notícia de que o caminhão podia voltar a seu lugar foi recebida com festa pelos manifestantes. Os deputados da oposição subiram no carro de som e a professora Marlei Fernandes, da APP, começou a puxar “Para não dizer que não falei de flores”, o clássico de Vandré contra a ditadura militar. Aos poucos, o caminhão se arrastava por entre cordões de isolamento, dessa vez feitos pelos próprios servidores, que cantavam junto.

Dentro do caminhão de som, o coronel Chehade estava ao lado do motorista, na boleia. Orientava os PMs a abrirem caminho e servia como uma espécie de garantia de que o caminhão passaria tranquilamente.

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