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O Congresso não podia ser mais claro: não está nem aí para o povo
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Há algo errado quando os representantes do povo não ouvem o povo. Quando toda a população diz que o momento é de coibir a corrupção e o Congresso decide acobertar um presidente da República pego em um caso explícito de corrupção.

O eleitor disse muito claramente o que pensa de Michel Temer, um sujeito que chegou ao poder de forma duvidosa, pelas mãos deste mesmo Congresso. Apenas 5% dizem apoiar ou aprovar seu governo. É a maior rejeição de um governo até hoje. Mas o representante deste eleitor quer este presidente no poder.

Há algo de errado quando o Congresso decide que a corrupção de um presidente da República não deve sequer ser investigada. Quando decide que não há problema se o presidente encontrar às escuras no Palácio, sem registrar a presença do visitante, um empresário que admite ter corrompido seu governo.

Michel Temer teve seu principal assessor pego com uma mala de meio milhão de reais na mão, correndo pela rua. E quem pagou disse que o objetivo era o de comprar favores da atual administração. Mas o Congresso não quer nem saber disso.

Há algo de errado quando o Congresso decide que uma presidente deve ser afastada porque cometeu “pedaladas fiscais”, que não são crime; mas diz que é preciso manter um presidente pego em crimes muito mais graves.

Dilma não era santa. mas fica a cada dia mais evidente que perdeu o mandato não pelas denúncias, e sim porque o Congresso, sabe-se lá o motivo, não a queria mais. Desvirtuou-se a lei do impeachment porque interessava aos deputados. Agora Temer é amigo. E se aos inimigos aplica-se a lei, a Temer se dá tudo. Até porque ele retribui.

Há algo de errado quando todo o país sabe que o presidente comprou os votos dos deputados com emendas e com a promessa de acabar com a Lava Jato, e mesmo assim os deputados têm a coragem de ir ao microfone e dizer que votam pela permanência de Temer “em nome do país”.

Ninguém se engane. A votação desta quarta pode de fato enterrar a Lava Jato, Sergio Moro e sua turma. É isso que move a roda da história em Brasília agora.

Há algo de errado quando, apesar de tudo, Michel Temer permanece no poder.

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